Uso de celular entre idosos dispara no Brasil; veja o que está por trás disso

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O crescimento do acesso ao celular foi particularmente expressivo entre os brasileiros com 60 anos ou mais - Foto: Envato Elements
O crescimento do acesso ao celular foi particularmente expressivo entre os brasileiros com 60 anos ou mais

Por Beatriz Duranzi

redacao@viva.com.br
Publicado em 30/07/2025, às 08h16

São Paulo, 30/07/2025 - O celular, hoje mais presente do que nunca no dia a dia dos brasileiros, tem conquistado públicos antes menos conectados, como os idosos e os moradores de áreas rurais. 

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de maio de 2025, divulgada pelo IBGE, 88,9% da população com 10 anos ou mais possui um celular para uso pessoal, o que representa cerca de 167,5 milhões de pessoas.

O crescimento do acesso ao celular foi particularmente expressivo entre os brasileiros com 60 anos ou mais. Em 2019, dois terços dos idosos tinham celular; em 2024, esse número saltou para 78,1%. 

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O avanço indica não apenas uma mudança de comportamento, mas também o resultado de esforços em inclusão digital.

Apesar desse progresso, o aparelho ainda não é universal entre os mais velhos. O principal obstáculo relatado pelos idosos que ainda não possuem celular é a dificuldade de uso: 60% deles apontaram a falta de habilidade como o motivo principal. A sensação de “não precisar” do dispositivo aparece logo em seguida.

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Internet no bolso: celular lidera o acesso digital

O celular também se consolidou como o principal canal de acesso à internet no Brasil. Em 2024, 98,8% das pessoas que usam a internet fizeram isso por meio do celular. Outros dispositivos, como computadores (33,4%) e tablets (8,3%), ficaram bem atrás. 

Já o uso da televisão como ponto de conexão, ainda que menos tradicional, teve crescimento considerável, atingindo 53,5% dos usuários, contra apenas 11,3% em 2016.

Entre 2023 e 2024, o percentual de brasileiros que acessam a internet pelo celular subiu de 96,7% para 97,5%. 

O crescimento foi ainda mais acentuado nas áreas rurais, onde o número passou de 94,3% para 96%. Nas cidades, o salto foi de 97% para 97,7%.

A internet chega a quase todas as casas, inclusive nas rurais

Atualmente, 93,6% dos domicílios brasileiros têm acesso à internet, um total de 74,9 milhões de residências. O crescimento mais expressivo foi registrado nas zonas rurais.

Em 2016, apenas 35% das casas localizadas no campo tinham conexão; agora, esse número é de 84,8%. Nas áreas urbanas, a cobertura chega a 94,7%.

A maioria dessas conexões ocorre por meio de banda larga fixa (88,9%), mas o acesso móvel também é significativo, presente em 84,3% dos lares conectados, muitos deles, inclusive, com ambos os serviços.

Mais inclusão também entre os mais velhos

Entre os idosos, o salto de conectividade vai além do uso do celular. O acesso à internet por esse grupo passou de 44,8% em 2019 para 69,8% em 2024. 

Diferenças regionais diminuem, mas ainda existem

Embora o acesso à tecnologia esteja cada vez mais disseminado, ainda há variações entre as regiões e grupos sociais. A região Centro-Oeste, por exemplo, lidera em termos de presença de celulares nos lares, com 98,5% das casas equipadas. No Nordeste, o índice é de 95,2%.

As desigualdades raciais no uso da internet também vêm diminuindo. Entre os brancos, 90% usam internet, contra 88,4% dos pretos e 88,6% dos pardos. 

Em 2016, essas taxas eram significativamente menores: 72,6%, 63,9% e 60,3%, respectivamente, segundo o IBGE.

A era da conexão constante

O uso diário da internet já faz parte da rotina da maioria dos brasileiros. Segundo o IBGE, 95,2% dos usuários acessam a rede todos os dias, o maior percentual já registrado. 

Nos três meses anteriores à pesquisa, cerca de 168 milhões de brasileiros usaram a internet, o que representa 90,2% da população urbana e 81% da rural.

A crescente adesão dos idosos ao celular e à internet mostra que a inclusão digital é uma realidade cada vez mais presente no Brasil. 

Ainda há desafios, especialmente em relação à usabilidade e à percepção de necessidade, mas os números deixam claro: nunca estivemos tão conectados, em todas as idades e regiões.

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