Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 29/07/2025 - As notícias falsas seguem sendo uma ameaça concreta à segurança digital e à estabilidade social no Brasil.
Um novo levantamento da empresa de cibersegurança Kaspersky revelou que 42% dos brasileiros ainda não sabem reconhecer quando uma notícia é falsa, um número preocupante, mas que representa uma melhora em relação a 2020, quando 62% admitiam não conseguir diferenciar o que era verdade ou mentira online.
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A pesquisa, realizada em parceria com a consultoria CORPA e publicada neste mês, revela também que mais de 92% dos brasileiros afirmam ter tido contato com fake news nos últimos 12 meses. O que reforça o quanto esse tipo de conteúdo continua a circular com facilidade e intensidade pelas redes sociais, aplicativos de mensagens e até mesmo veículos não especializados.
Segundo o estudo, a evolução tecnológica contribui para que as fake news fiquem cada vez mais convincentes. O uso de áudios e vídeos manipulados por inteligência artificial, os chamados deepfakes, dificulta ainda mais a distinção entre realidade e engano.
As fake news não apenas distorcem a percepção da realidade como também são usadas por cibercriminosos em golpes financeiros e fraudes corporativas. Elas confundem, manipulam e enganam em escala”, explica Fabio Assolini, diretor da Equipe de Pesquisa da Kaspersky na América Latina.
A maioria dos entrevistados reconhece o impacto negativo da desinformação:
A percepção sobre o problema varia entre os gêneros: 46% das mulheres e 42% dos homens afirmaram não conseguir identificar uma notícia falsa.
Entre os mais expostos à desinformação, destacam-se os jovens de 25 a 34 anos, com 78% dizendo que consumiram esse tipo de conteúdo.
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Apesar dos riscos, há formas de reduzir a vulnerabilidade e evitar cair em armadilhas virtuais. Segundo especialistas da Kaspersky, os principais cuidados são:
Além disso, pensamento crítico e checagem cruzada se tornaram habilidades indispensáveis no consumo de notícias, especialmente em momentos de crises políticas, sanitárias ou desastres naturais.
Para Fabio Assolini, ainda que os números mostrem uma melhora na percepção pública desde 2020, o Brasil ainda enfrenta um ambiente de muita desinformação e baixa cultura digital crítica.
“Ainda há muitos brasileiros que acreditam cegamente no que leem, veem ou ouvem. Isso pode trazer prejuízos sérios à vida pessoal, profissional e até financeira. Precisamos investir mais em educação digital”.
Com a proximidade de eleições, o aumento de golpes online e o uso crescente de inteligência artificial na criação de conteúdo, a desinformação se torna um risco ainda mais urgente.
E como mostram os dados: mesmo com mais acesso à informação, muita gente ainda não sabe no que (ou em quem) confiar.
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