IA pode ajudar humanos a “falar” com seus pets, diz novo estudo

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O objetivo é ambicioso: ampliar a compreensão científica sobre como os animais percebem o mundo e desenvolver formas tecnológicas de comunicação entre espécies - Foto: Envato Elements
O objetivo é ambicioso: ampliar a compreensão científica sobre como os animais percebem o mundo e desenvolver formas tecnológicas de comunicação entre espécies

Por Joyce Canele

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Publicado em 17/07/2025, às 10h57

A relação entre humanos e pets de estimação pode estar prestes a dar um salto inédito graças à ciência e à tecnologia. A partir de 30 de setembro, a London School of Economics and Political Science (LSE) abrigará o Jeremy Coller Centre for Animal Sentience, o primeiro centro científico do mundo dedicado à pesquisa empírica da consciência animal.

O projeto da LSE, que conta com um investimento de £ 4 milhões, pretende investigar como a inteligência artificial pode ser usada, de forma segura e ética, para compreender melhor os sentimentos e comportamentos dos animais.

O centro reunirá especialistas de áreas como neurociência, ciência da computação, filosofia, psicologia, biologia evolutiva, direito, ciência veterinária, economia e comportamento animal.

O objetivo é ambicioso: ampliar a compreensão científica sobre como os animais percebem o mundo e desenvolver formas tecnológicas de comunicação entre espécies.

Um dos projetos mais aguardados avaliará o uso da IA para interpretar comportamentos de animais domésticos, como cães, gatos e coelhos. A preocupação, no entanto, não é apenas tecnológica. Os pesquisadores alertam para os riscos de sistemas que "traduzam" emoções animais de maneira imprecisa ou fantasiosa, levando os tutores a acreditarem em respostas que confortam, mas não refletem o que o animal realmente sente. Jonathan Birch professor da LSE e diretor do novo centro, ressalta: 

Precisamos criar regras para garantir que a inteligência artificial seja usada de forma ética quando envolve animais”.

Segundo ele, há um risco real de que aplicações comerciais prometam compreender os pets, mas acabem apenas reforçando o que os donos desejam ouvir o que pode prejudicar o bem-estar dos próprios animais.

O centro também se dedicará a outros temas urgentes, como o impacto da automação na agropecuária e o papel da IA em veículos autônomos que, embora programados para evitar colisões com humanos, ainda não consideram adequadamente a proteção de animais nas vias.

A iniciativa buscará colaborar com organizações não governamentais para desenvolver orientações e códigos de conduta que possam ser adotados globalmente. Birch afirma que:

Somente quando compreendermos melhor como outros animais se sentem e se comunicam, seremos capazes de repensar a forma como os tratamos”.

Além dos aspectos tecnológicos e científicos, o centro também quer investigar o comportamento humano diante da sensibilidade animal.

Para Kristof Dhont, um dos coordenadores da equipe, existe uma contradição marcante entre o que muitas pessoas dizem acreditar sobre os direitos dos pets e o modo como agem no dia a dia algo que a ciência comportamental poderá ajudar a entender e transformar.

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