Profissionais de TI no Brasil sairiam do emprego se obrigados a presencial

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O levantamento mostrou ainda que qualidade de vida e saúde mental são prioridades para os brasileiros da área de TI

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
Publicado em 11/09/2025, às 08h22

São Paulo, 11/09/2025 -Uma pesquisa global conduzida pela consultoria Michael Page revelou que 47% dos profissionais de tecnologia no Brasil considerariam trocar de emprego caso fossem obrigados a aumentar a frequência no escritório, e deixar de ter o trabalho remoto. O índice brasileiro supera tanto a média da América Latina, de 46%, quanto a média global, de 41%.

O estudo Talent Trends Tech 2025, realizado em 36 países entre novembro e dezembro de 2024, ouviu cerca de 5 mil profissionais e líderes da área e os dados mostram que a flexibilização do trabalho não é apenas um desejo, mas um fator decisivo para a retenção de talentos no setor.

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Segundo Juliana França, gerente executiva da Michael Page, a exigência de presença física pode se tornar contraproducente.

Os profissionais passaram a valorizar a flexibilidade como um componente essencial da qualidade de vida e da produtividade. Eles tendem a se afastar de ambientes que priorizam controle em detrimento de resultados".

Para ela, empresas que conseguem estruturar modelos híbridos ou remotos de forma estratégica fortalecem não apenas o engajamento, mas também a marca empregadora.

A preferência pelo trabalho em casa também ficou evidente. No Brasil, 53% dos respondentes afirmaram ser mais produtivos nesse modelo, acima das médias da América Latina (51%) e do mundo (42%).

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Apenas 16% disseram produzir mais no escritório, enquanto 32% se consideram igualmente produtivos nos dois ambientes. “Produtividade não depende da presença física, mas de objetivos claros, boa comunicação e alinhamento de expectativas”, complementa a consultora.

O levantamento mostrou ainda que qualidade de vida e saúde mental são prioridades para os brasileiros da área de TI.

O equilíbrio entre vida pessoal e profissional foi apontado como o aspecto mais importante no trabalho por 42% dos entrevistados, seguido de saúde mental (19%), satisfação no trabalho (17%), remuneração (15%) e sucesso na carreira (6%).

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Para Juliana França, empresas que oferecem apoio psicológico, definem metas realistas e respeitam os limites fora do expediente saem na frente na disputa por talentos.

Além disso, modelos flexíveis permitem que os profissionais administrem melhor o tempo, reduzindo o deslocamento e conseguindo participar mais da própria rotina, sem comprometer a performance.

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Com a demanda crescente por especialistas qualificados, o estudo reforça que compreender e atender às expectativas dos profissionais de tecnologia, como a preferência do trabalho remoto, é um diferencial estratégico. 

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