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Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 09/09/2025 - Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um conjunto de diretrizes sobre inclusão digital, para tornar tais tecnologias mais acessíveis a pessoas com 60 anos ou mais.
O estudo, resultado da tese de doutorado de Sandra Rodrigues, destaca a importância de criar aplicativos e plataformas que considerem as dificuldades visuais, auditivas, motoras e cognitivas típicas do envelhecimento.
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Segundo o estudo da USP, o envelhecimento da população brasileira intensifica a necessidade de inclusão digital. Dados do IBGE mostram que o número de pessoas com 60 anos ou mais quase dobrou nas últimas duas décadas, passando de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023.
Esse cenário evidencia o desafio enfrentado por desenvolvedores para tornar a tecnologia acessível e segura.
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As diretrizes apresentadas incluem recomendações como o uso de:
Além de mecanismos que facilitem a correção de erros.
A aplicação prática dessas orientações pode transformar o uso de dispositivos tecnológicos voltados à saúde, segurança e bem-estar dos idosos.
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Tecnologias como smartphones e smartwatches conectados à internet podem oferecer lembretes visuais e sonoros, alertas sobre medicação e cuidados diários, prevenindo acidentes e promovendo maior autonomia.
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Para pessoas que vivem sozinhas, essas soluções podem incluir alertas específicos sobre tarefas rotineiras, como lembrar de levar chaves, tomar remédios e atenção em locais de risco como banheiros.
A pesquisa também se conecta com o conceito de internet das coisas, em que objetos do dia a dia, conectados à rede, trocam informações e se adaptam às necessidades de seus usuários.
As diretrizes de Sandra Rodrigues incentivam que esses dispositivos sejam projetados com foco em acessibilidade, garantindo que o público idoso seja considerado desde as etapas iniciais do desenvolvimento.
O estudo recebeu reconhecimento ao conquistar o Prêmio Junia Coutinho Anacleto de Melhor Trabalho de Doutorado no XXIII Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (IHC 2024).
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O trabalho reforça a importância da inclusão digital como requisito básico para o desenvolvimento de soluções que beneficiem toda a sociedade.
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