Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
[email protected]Aos 50 anos ou mais, muitas pessoas enfrentam uma difícil realidade no mercado de trabalho, especialmente as mulheres procurando por um emprego. Fatores como preconceito etário, desigualdade de gênero e longos períodos fora do mercado, muitas vezes para cuidar da família, tornam o retorno à vida profissional mais desafiador.
Segundo dados recentes do Governo Federal, apenas 45,7% das mulheres economicamente ativas no Brasil estão ocupadas, número que escancara as dificuldades enfrentadas por esse grupo.
Se você está passando por essa fase, saiba que, apesar dos obstáculos, é totalmente possível se recolocar no mercado de trabalho após esta idade. A chave está em adotar as estratégias certas, entender seu valor e se posicionar com confiança.
A seguir, confira 5 dicas práticas para quem quer dar uma guinada na carreira depois dos 50, com foco em planejamento, autoconfiança e boas conexões.
Antes de atualizar o currículo ou se inscrever em vagas, pare e reflita: qual é o seu projeto profissional daqui para frente? Reposicionar-se exige mais do que experiência, exige foco.
Pergunte a si mesma:
Esse planejamento é essencial para evitar candidaturas aleatórias e aumentar suas chances de sucesso.
A jornada pode ser cheia de silêncios e recusas. Entrevistas que não geram retorno, currículos sem resposta e a sensação de estar “invisível” são comuns, e desanimadores.
Mas desistir não pode ser uma opção. O autor Tom Rath diz no livro, StrenghtsFinder 2.0: “Se não for possível ser tudo o que queremos, certamente podemos ser muito mais do que já somos.” Cultivar o otimismo e acreditar em sua capacidade de transformação é fundamental para atravessar esse momento com força.
As chamadas soft skills (competências comportamentais) estão em alta no mercado, e você, com sua bagagem de vida, tem muito a oferecer.
Resiliência, empatia, organização, capacidade de lidar com múltiplas demandas e tomar decisões sob pressão: tudo isso pode ter sido desenvolvido fora do ambiente corporativo, mas é altamente valorizado.
Você ficou um tempo fora do mercado cuidando da família? Isso não te desqualifica, muito pelo contrário. Contextualize essas experiências nas entrevistas e mostre como elas fortalecem seu perfil profissional.
A falta de autoconfiança é um inimigo silencioso e frequente, especialmente entre mulheres. Muitas deixam de se candidatar a vagas por acharem que “não são boas o suficiente”, mesmo tendo o perfil ideal.
Duvide menos de si mesma. Você não precisa preencher 100% dos requisitos de uma vaga para ser uma boa candidata. O mais importante é mostrar disposição para aprender, crescer e agregar valor.
Em entrevistas, evite demonstrar insegurança ou se desculpar por lacunas no currículo. Foque em como você pode contribuir a partir da sua vivência.
O isolamento pode ser um dos maiores entraves para a recolocação. Ao procurar emprego sozinha, sem trocar ideias ou pedir ajuda, você perde oportunidades valiosas de networking e informação.
Busque grupos, fóruns e associações voltadas a mulheres profissionais, empreendedorismo feminino e capacitação. Participe de eventos presenciais e virtuais, atualize seu perfil no LinkedIn e esteja aberta a conexões.
Além disso, não hesite em buscar apoio psicológico, se necessário. Muitas mulheres enfrentam traumas ou bloqueios que dificultam sua volta ao mercado. Cuidar da saúde emocional é parte importante do processo de recolocação.
Aos 50 anos, você pode ter encerrado um ciclo, mas não a sua trajetória. O mundo do trabalho mudou, e com ele as oportunidades. Hoje, a maturidade e a experiência são vistas como diferenciais, não como barreiras.
Reconheça sua trajetória, invista em sua capacitação, conecte-se com outras mulheres e, acima de tudo, acredite em si mesma. Recomeçar em um emprego é um ato de coragem, e também uma chance de se redescobrir profissionalmente com mais propósito e segurança.
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