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São Paulo, 08/08/2025 – Um raio-x do perfil do investidor brasileiro divulgado recentemente pela bolsa de valores, a B3, dá sinais de maior alcance na população da faixa etária acima de 40 anos no segmento de renda variável.
De acordo com análise sobre a evolução dos investidores traçada pela B3, entre 2021 e 2025, o número de investidores (pessoa física) em renda variável passou de 4,2 milhões para 5,4 milhões. Hoje, esse grupo soma R$ 588,3 bilhões de valor em custódia. No segundo trimestre do ano passado o total de investidores nesse segmento era de 5,3 milhões, com R$ 552,3 bilhões em custódia.
No total de investidores em renda fixa houve um salto de 20% no número em relação ao segundo trimestre do ano passado, para 100,2 milhões de pessoas. Nessse mesmo período, o valor em custódia desses investidores subiu de R$ 2,3 trilhões para R$ 2, 8 trilhões.
Do total de investidores no universo de renda variável, o número de integrantes da faixa etária entre 40 e 59 anos avançou de 26% para 28% nos últimos cinco anos, enquanto a participação dos mais novos, entre 25 e 39 anos, diminuiu de 50% para 48%.
Já entre os investidores acima de 60 anos, a participação recuou de 8% para 7%, enquanto entre os mais jovens de 19 a 24 anos, foi registrado um leve crescimento, de 13% para 14% no comparativo dos últimos cinco anos.
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No recorte por gênero, o número de homens (74%) que investem em ações é historicamente maior que o número de mulheres (26%) e se manteve estável. Por outro lado, as mulheres apresentaram valor mediano maior no primeiro investimento, de R$ 621, contra R$ 201 dos homens. Com relação a diversificação dos investimentos, no entanto, se contatou que as mulheres diversificaram menos.
Ainda dentro da análise por gênero, curiosamente há proporcionalmente mais investidoras acima de 60 anos em relação a homens na mesma faixa etária, sendo que elas superam os homens por três pontos percentuais. Por outro lado, há mais investidores com até 24 anos (18%) do que investidoras na mesma faixa etária (11%).
Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a B3 aponta que o número de investidores no Tesouro Direto saltou 14%, somando 3 milhões de pessoas. Visto por alguns como opção a Poupança, esse ativo concentra R$ 169,9 bilhões em investimentos, indicando alta de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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Na análise por tipo de investimento, no perfil dos que investem no Tesouro Renda+, título público do Tesouro Direto criado para complementar a aposentadoria dos brasileiros, 47% são da faixa etária entre 25 e 39 anos – o equivalente a 150,6 mil investidores, com aporte médio de R$ 72,30 por CPF.
A faixa entre 40 e 59 anos vem em segundo lugar, representando 33% dos investidores (105,8 mil) e concentrando R$ 674,00 do estoque investido.
Embora tenha menor representatividade, o grupo acima de 60 anos (com apenas 9,8 mil investidores) se encontra a faixa etária com o maior estoque médio por investidor: de R$ 4,5 mil.
No recorte por gênero, as mulheres são as principais investidoras nesse produto, representando 71%. Por região, o Sudeste lidera com folga, com 57% dos investidores, seguido pelo Nordeste, com 16%.
Entre os que optaram por investir no Tesouro Educa+, 41% dos investidores têm idade entre 40 e 59 anos, reunindo um grupo de 64,8 mil pessoas com saldo médio por investidor de R$ 8,5 mil. Lançado em 2023, esse título público do Tesouro Direto tem por objetivo ajudar no planejamento do futuro educacional dos filhos ou netos.
A faixa de 25 a 39 anos também demonstra bastante interesse pelo Tesouro Educa+, sendo que esse grupo representa 40% dos investidores (64 mil pessoas). Seu estoque médio por investidor, porém, é menor, de R$ 2,8 mil.
Aqui os investidores com mais de 60 anos também concentram o maior saldo médio por investidor, de R$ 32,3 mil, embora sejam um grupo menor, de apenas 10,3 mil investidores.
No recorte por gênero, as mulheres também dominam na procura por esse produto, representando 64% dos investidores. Por região, o Sudeste segue na liderança, com 61%, seguido pelo Sul, com 16%.
Com relação a diversificação nos investimentos, os números da B3 mostram que os brasileiros estão começando a entender melhor as regras do jogo. Enquanto por um lado o número de investidores em ações e em Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) avançou de 16% em 2021 para 24% em 2025, o grupo dos que preferem aplicar somente em ações diminuiu de 35% para 32% no mesmo período.
Já a fatia de investidores que diversifica entre ações, FIIs e fundos de índice (ETFs na sigla em inglês), registrou leve queda de 4% para 3% no período. Entretanto, no segundo semestre do ano passado esse perfil representava apenas 2% dos investidores.
No quesito valor investido, conhecido também como saldo em custódia, o levantamento da B3 mostra estabilidade tanto por faixa etária como por gênero. Porém, vale pontuar aqui que, em geral, o saldo em custódia é maior em pessoas com mais de 40 anos para ambos os sexos.
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