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Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 11/08/2025 - A expectativa de vida ao nascer no Brasil atingiu 76,4 anos em 2023, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última Tábua de Mortalidade, publicada no fim de 2024.
O resultado representa um aumento de 11,3 meses em relação ao ano anterior e marca a recuperação do patamar registrado antes da pandemia de COVID-19.
Entre os homens, a expectativa subiu de 72,1 para 73,1 anos, um ganho de 12,4 meses. Já para as mulheres, o avanço foi de 78,8 para 79,7 anos, cerca de 10,5 meses a mais.
A diferença entre os sexos, que já era significativa, se mantém: elas vivem, em média, 6,6 anos a mais que eles.
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O levantamento lembra que, em 2020 e 2021, a crise sanitária reduziu drasticamente a esperança de vida ao nascer, que chegou a 72,8 anos.
A queda foi consequência do aumento do número de mortes no país, sobretudo entre idosos e grupos vulneráveis.
A recuperação começou em 2022, acompanhando a redução do excesso de óbitos causados pela doença.
O Brasil registra hoje uma longevidade muito superior à de meados do século XX. Em 1940, a expectativa de vida ao nascer era de apenas 45,5 anos.
Desde então, o país ganhou quase 31 anos de sobrevida média, resultado de melhorias nas condições de vida, ampliação do acesso a serviços de saúde e redução expressiva na mortalidade infantil.
A taxa de mortalidade de crianças com menos de um ano caiu 91,5% desde 1940, passando de 146,6 para 12,5 óbitos por mil nascimentos.
Já a mortalidade infantil e na primeira infância (até 5 anos) responde hoje por uma parcela muito menor dos óbitos, sendo que 85% das mortes nessa faixa etária ocorrem ainda no primeiro ano de vida.
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Apesar dos avanços, a sobremortalidade masculina continua elevada, especialmente entre jovens de 15 a 29 anos.
Entre 20 e 24 anos, por exemplo, um homem tem 4,1 vezes mais chances de morrer do que uma mulher da mesma idade, diferença atribuída, principalmente, a causas externas como homicídios, acidentes de trânsito e outras ocorrências violentas.
A pesquisa também mostra que, aos 60 anos, um brasileiro pode esperar viver mais 22,5 anos, sendo 24 anos para mulheres e 20,7 para homens.
Aos 80 anos, a expectativa adicional é de 8,9 anos, indicador que praticamente dobrou desde 1940 e evidencia o aumento da longevidade da população, especialmente feminina.
As Tábuas de Mortalidade do IBGE, usadas no cálculo do fator previdenciário, projetam os níveis e padrões de mortalidade da população até 2070.
Essas informações sobre o aumento da expectativa de vida influenciam diretamente políticas públicas, previdência social e estratégias para lidar com o envelhecimento populacional.
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