São Paulo, 29/10/2025 - O Senado dos Estados Unidos aprovou na noite de ontem, por 52 a 48 votos, uma medida que bloqueia o tarifaço de 50% imposto pelo governo americano a produtos importados do Brasil. Cinco senadores republicanos se aliaram à oposição para derrubar a alíquota aplicada aos produtos brasileiros: Lisa Murkowski, do Alasca; Susan Collins, do Maine; Rand Paul e Mitch McConnell, do Kentucky; e Thom Tillis, da Carolina do Norte. Todos os democratas votaram a favor da resolução, que agora segue para a Câmara.
  
  A proposta sobre o Brasil pode não passar na Câmara, em razão de novas regras impostas pelos republicanos. A liderança, controlada por governistas, pode impedi-la de ser votada. Além disso, Trump provavelmente vetaria a legislação mesmo que ela recebesse aval do Congresso.
  
   
  Alívio para as exportações
 Para o sócio da L4 Capital, Hugo Queiroz, a decisão do Senado americano tende a beneficiar diversos setores exportadores do País. Segundo Queiroz, a movimentação no legislativo dos EUA, se concretizada, deve trazer alívio para ativos brasileiros do agronegócio, como café e carnes, além dos segmentos de metais, como alumínio, siderurgia e aço. 
  
 "Também devem ser favorecidos os setores de etanol, petróleo e celulose, que podem registrar melhora nas perspectivas, com crescimento de volumes e margens mais altas", afirmou.
  
   
 Como foi a votação
Liderada pelo senador Tim Kaine, do Partido Democrata, a iniciativa encerraria a imposição de tarifas sobre produtos nacionais pelo presidente Donald Trump, com base em uma lei de poderes emergenciais. 
     
 A votação ocorreu após um almoço a portas fechadas na tarde de ontem, no qual o vice-presidente JD Vance enfrentou resistência de senadores republicanos sobre novas propostas que o governo analisa para quadruplicar as importações de carne bovina argentina. Vance havia comparecido para pedir união em relação ao comércio e manter os senadores alinhados, mas enfrentou uma enxurrada de reclamações de legisladores de estados agrícolas, que disseram que o plano já estava causando preocupação entre os produtores de gado.
  Muitos republicanos expressaram reservas sobre as tarifas de Trump, e a Suprema Corte deve ouvir em breve os argumentos sobre se o presidente extrapolou seus poderes ao impor sobretaxas para uma série de países.
  
 Desaprovação de Trump aumenta
 A taxa de desaprovação de Trump atingiu nova mínima desde sua posse para o segundo mandato. Pesquisa realizada pela The Economist mostrou que a diferença entre a parcela de eleitores que aprova seu desempenho no cargo e a fatia que desaprova ficou em -18%, uma queda de 1,3 ponto desde a semana passada e três pontos porcentuais abaixo do registrado em qualquer momento de seu primeiro mandato.
  
 De acordo com o levantamento, 39% aprovam o governo, 57% desaprovam e 5% não têm certeza. A publicação afirma que os americanos não estão apenas decepcionados com a forma como Trump lida com questões básicas como inflação e economia, mas também com temas que eram centrais durante sua campanha, como imigração e criminalidade.