Botulismo: o que é, como evitar e quais os sintomas dessa doença rara

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O botulismo é uma condição rara, mas extremamente grave

Por Beatriz Duranzi

redacao@viva.com.br
Publicado em 18/08/2025, às 08h00

São Paulo, 18/08/2025 - O botulismo é grave, uma emergência médica que exige atenção imediata. 

Vamos entender o que é, como se manifesta, como é diagnosticado, tratado e, mais importante, como prevenir, segundo o Ministério da Saúde.

O que é o botulismo?

O botulismo é uma doença neuroparalítica grave e não contagiosa, causada pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.

Essa bactéria está presente na natureza, em solo, água, verduras, produtos agrícolas, mel e até fezes animais ou humanas. 

Quando suas formas esporuladas encontram ambientes aerossolados ou inadequados, podem produzir toxinas potentes, capazes de causar envenenamento mesmo em doses mínimas. No Brasil, a maioria dos casos está ligada à contaminação alimentar.

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Formas de botulismo

O Ministério da Saúde identifica três formas principais da doença:

  • Botulismo alimentar: acontece após ingestão de alimentos contaminados e mal conservados, principalmente conservas caseiras, embutidos, pescados defumados, queijos e produtos como palmito em conserva. 
  • Botulismo por ferimento: ocorre quando os esporos da bactéria entram no organismo por meio de feridas profundas ou mal cicatrizadas, formando toxinas localmente. 
  • Botulismo infantil (intestinal): se manifesta em bebês, especialmente menores de seis meses, cujos intestinos ainda não desenvolveram proteção contra a bactéria. Esporos podem germinar e liberar toxina na própria flora intestinal.

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Sintomas e complicações

Os primeiros sinais comuns a todas as formas incluem náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia, geralmente aparecem entre 12 e 36 horas após a exposição. A seguir, surgem sintomas neurológicos preocupantes:

  • Visão dupla ou turva, queda de pálpebras (ptose), dificuldade para engolir e se comunicar
  • Boca seca, fraqueza muscular em sequência dos membros superiores até o tronco
  • Em casos graves, ocorre paralisia respiratória, podendo levar ao óbito 

Diagnóstico e urgência

O botulismo deve ser tratado como emergência médica e de saúde pública. A notificação imediata (em até 24 horas) é obrigatória. O diagnóstico envolve:

  • Avaliação clínica pelos reflexos, ausência ou redução dos reflexos tendinosos e faríngeos, além da observação dos sintomas neurológicos. 
  • Exames laboratoriais em sangue, fezes, aspirado gástrico ou alimento suspeito para identificar a toxina ou a bactéria.

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Tratamento vital

O tratamento deve ser rápido e eficaz:

  • Administração imediata de antitoxina botulínica, o antídoto neutraliza toxinas ainda circulantes, mas não libera as que já estão ligadas aos nervos 
  • Pacientes com insuficiência respiratória precisam de suporte intensivo, como ventilação mecânica, por dias ou semanas 
  • Nos casos por ferimento, antibióticos como penicilina cristalina ou metronidazol são recomendados, conforme o protocolo epidemiológico 

Prevenção 

Prevenir o botulismo é essencial:

  • Ao preparar conservas caseiras, utilize técnicas seguras: esterilização adequada, armazenamento em ambiente refrigerado, uso de conservantes quando indicados, especialmente para alimentos com baixa acidez 
  • Evite oferecer mel a bebês menores de 1 ano 
  • Desinfecção rigorosa de ferimentos, evitando que esporos entrem no organismo.

O botulismo, embora raro, é uma condição potencialmente fatal que exige diagnóstico rápido, tratamento urgente e ações integradas de vigilância. 

A prevenção do botulismo, com práticas seguras de preparo alimentar e cuidados com feridas, é o melhor caminho para evitar essa doença.

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