Café pode auxiliar envelhecimento saudável em caso de doenças mentais
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Por Isabela Toledo
redacao@viva.com.brSão Paulo, 10/12/2025 - O consumo moderado de café pode trazer benefícios além do aumento de energia e da melhora no foco para algumas pessoas.
Um novo estudo revelou que a bebida pode estar associada ao retardo de marcadores biológicos do envelhecimento de grupos com problemas mentais severos, especialmente quando ingerida em quantidades moderadas, de até três xícaras ao dia.
A pesquisa analisou diferentes padrões de consumo e seus impactos em parâmetros metabólicos e celulares.
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Como o café pode influenciar o envelhecimento?
Segundo o estudo, compostos antioxidantes presentes no café, como polifenóis e ácidos clorogênicos, parecem ter papel importante na redução de processos inflamatórios de baixo grau, comuns em adultos mais velhos com problemas mentais. Esses mecanismos ajudam a proteger células e tecidos do estresse oxidativo, um dos principais fatores associados ao envelhecimento acelerado.
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Qual é o efeito em adultos com problemas mentais graves?
O efeito observado entre pessoas com transtornos mentais graves ocorre porque esse grupo, em geral, apresenta envelhecimento biológico mais acelerado, associado a altos níveis de inflamação, estresse oxidativo, uso contínuo de medicamentos e maior vulnerabilidade metabólica.
Nesse contexto, os compostos antioxidantes e anti-inflamatórios do café tendem a provocar um impacto mais perceptível na proteção celular. Já em pessoas sem transtornos mentais, que normalmente não apresentam esse envelhecimento acelerado de base, o mesmo consumo pode não gerar diferença estatisticamente relevante nos telômeros, o que explica por que o benefício aparece de forma clara apenas no grupo com doença mental, segundo o próprio desenho do estudo internacional da BMJ Mental Health.
O efeito não é imediato, mas aparece como resultado de um padrão de consumo mantido ao longo dos anos.
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Quantidade ideal e cuidados necessários
A recomendação do estudo destaca que três xícaras por dia parecem ser o ponto de equilíbrio entre benefício e segurança. Acima disso, o excesso de cafeína pode gerar efeitos colaterais como ansiedade, aumento da pressão arterial e distúrbios do sono.
Gestantes, pessoas hipertensas e indivíduos com sensibilidade à cafeína devem ter atenção especial e buscar orientação médica. O tipo de café também pode influenciar: versões filtradas tendem a ser mais recomendadas, enquanto bebidas muito adoçadas reduzem parte dos benefícios metabólicos.
O estudo ainda ressalta que o café não deve ser considerado um “elixir da juventude”, mas sim um aliado dentro de um conjunto maior de hábitos saudáveis. Alimentação equilibrada, atividade física regular e sono adequado continuam sendo pilares fundamentais para um envelhecimento de qualidade.
A pesquisa reforça que, consumido com moderação, o café pode ser parte importante de uma rotina que prioriza saúde e bem-estar, complementando outros cuidados essenciais.
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