Café pode ser o segredo da longevidade para mulheres: qual a dose certa?

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Os resultados mostraram que o benefício está associado especificamente ao café com cafeína - Foto: Adobe Stock
Os resultados mostraram que o benefício está associado especificamente ao café com cafeína

Por Beatriz Duranzi

redacao@viva.com.br
Publicado em 04/09/2025, às 14h43

São PAulo, 04/09/2025 - Beber café pode ser mais do que um hábito para começar o dia com energia: para as mulheres, a bebida pode estar ligada à longevidade e à manutenção da saúde ao longo dos anos.

É o que sugere uma pesquisa conduzida pela Escola de Saúde Pública Harvard T.H. Chan, que acompanhou quase 50 mil mulheres por três décadas.

De acordo com o estudo, mulheres que consumiam café com cafeína durante a meia-idade apresentaram maiores chances de alcançar um envelhecimento saudável, conceito que inclui chegar aos 70 anos ou mais livres de doenças crônicas, com boa função física, mental e sem comprometimento cognitivo.

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Café sim, chá e descafeinado não

Os resultados mostraram que o benefício está associado especificamente ao café com cafeína. Chá, café descafeinado e refrigerantes não apresentaram a mesma relação positiva. 

Pelo contrário: cada copo extra de refrigerante de cola foi ligado a uma probabilidade entre 20% e 26% menor de envelhecimento saudável.

Segundo a pesquisadora responsável, Dra. Sara Mahdavi, o trabalho é pioneiro ao analisar o impacto do café em múltiplos aspectos do envelhecimento, e não apenas em condições de saúde isoladas.

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Quanto é o ideal?

Na análise, as mulheres que se mantiveram saudáveis consumiam em média 315 mg de cafeína por dia, o equivalente a cerca de três xícaras pequenas de café. 

Cada xícara extra esteve associada a uma chance 2% a 5% maior de envelhecer de forma saudável, até um limite de cinco pequenas porções diárias.

Apesar dos resultados animadores, os cientistas destacam que o café não deve ser visto como solução única. 

“Os efeitos positivos são modestos quando comparados a outros fatores de estilo de vida, como praticar atividade física, ter uma alimentação equilibrada e evitar o tabagismo”, destacou Mahdavi.

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Café não é tudo

Os autores ressaltam que o café não é um “passaporte para a longevidade”. O efeito positivo foi considerado modesto, principalmente quando comparado ao impacto de hábitos de vida saudáveis, como praticar exercícios, manter uma dieta equilibrada e não fumar.

Ainda assim, os cientistas destacam que a bebida contém compostos bioativos que podem atuar em conjunto para proteger o corpo e o cérebro ao longo do tempo. 

O próximo passo das pesquisas será entender como as substâncias do café interagem com fatores genéticos e metabólicos, especialmente em mulheres, para orientar estratégias de saúde personalizadas.

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