Comer muito doce pode afetar sua saúde mental; veja por quê

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Você sente que anda comendo doces em excesso?

Por Beatriz Duranzi

redacao@viva.com.br
Publicado em 05/08/2025, às 12h07

Você sente que anda comendo doces em excesso? Aquela sobremesa diária, o refrigerante à tarde ou os chocolates entre as refeições podem estar fazendo mais do que afetar sua balança, eles podem estar influenciando diretamente sua saúde mental.

Um estudo da Universidade de Surrey, na Inglaterra de 2022 com mais de 180 mil pessoas revelou uma forte relação entre o alto consumo de açúcar e o desenvolvimento de depressão, além de diabetes e doenças cardiovasculares. 

A pesquisa analisou diferentes perfis alimentares e seus efeitos bioquímicos no organismo, trazendo dados preocupantes.

O estudo: hábitos alimentares e marcadores no sangue

A pesquisa analisou participantes do UK Biobank, uma base de dados com informações de saúde da população britânica. Os voluntários foram divididos em três grupos com padrões alimentares distintos:

  • Grupo saudável: focado em frutas, legumes e alimentos naturais, com pouco consumo de carnes e doces.
  • Grupo equilibrado (onívoros): dieta variada, incluindo carnes, vegetais e sobremesas com moderação.
  • Grupo dos amantes de doces: dieta rica em açúcares e bebidas açucaradas, com baixo consumo de alimentos nutritivos.

Além dos hábitos alimentares, os pesquisadores avaliaram amostras de sangue para entender como esses padrões afetavam o corpo em nível molecular. Foram analisadas cerca de 3 mil proteínas e 168 metabólitos, substâncias que indicam o funcionamento do metabolismo e o estado geral de saúde do organismo.

Quem consome muito doce corre mais riscos

Os resultados foram claros: os participantes do grupo que mais consumia doces apresentaram:

  • 31% mais chances de desenvolver depressão.
  • Níveis elevados de proteína C reativa, que indica processos inflamatórios no corpo.
  • Glicose elevada no sangue, fator de risco para o diabetes tipo 2.
  • Perfis lipídicos alterados, com aumento do colesterol ruim (LDL), elevando o risco de doenças do coração.

Já os participantes com alimentação equilibrada ou voltada para a saúde demonstraram menores riscos de problemas cardíacos, renais e neurológicos.

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O que isso significa na prática?

Embora o açúcar esteja presente em muitas comidas do dia a dia, desde cereais matinais até molhos prontos, é o excesso que se torna perigoso.

A tentação por doces, especialmente em momentos de estresse ou tristeza, pode se tornar um ciclo: a pessoa consome açúcar para se sentir melhor, mas a longo prazo, o efeito é o contrário.

Alimentos ultraprocessados, bebidas açucaradas e sobremesas frequentes podem afetar a saúde cerebral, favorecer a inflamação e até interferir na produção de neurotransmissores como a serotonina, responsável pela sensação de bem-estar.

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Como reduzir o consumo de açúcar e proteger sua saúde mental

Pequenas mudanças podem fazer grande diferença na sua alimentação e no seu equilíbrio emocional:

  • Prefira alimentos naturais: frutas, grãos integrais e vegetais são aliados da saúde mental e física.
  • Evite industrializados com açúcar oculto: leia os rótulos e fique atento a ingredientes como xarope de milho e maltodextrina.
  • Cuide da rotina emocional: ansiedade e estresse favorecem o consumo exagerado de açúcar.
  • Procure alternativas doces mais saudáveis: como frutas secas, cacau puro e iogurtes naturais com mel ou canela.

O estudo britânico traz um alerta importante: o açúcar em excesso pode afetar não apenas o corpo, mas também a mente. Se você tem notado uma vontade frequente de doces ou sinais de desânimo, vale a pena repensar sua alimentação.

Reduzir o consumo de açúcar pode ser um passo simples, mas poderoso, para promover o bem-estar emocional e prevenir doenças graves.

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