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Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brLeia também: Cientistas brasileiros criam calculadora online para identificar sintomas de depressão
Segundo Guilherme Teitge, professor de Biologia do Colégio Positivo, o descarte inadequado de medicamentos pode causar impactos graves ao meio ambiente, comprometer a saúde da população e gerar custos adicionais para comunidades.
No entanto, muitos mitos ainda circulam na internet, dificultando o descarte correto. Confira a seguir 7 mitos sobre o descarte de medicamentos que podem prejudicar saúde e meio ambiente:
Medicamentos possuem compostos ativos que não se degradam facilmente, mesmo em pequenas quantidades, quando descartados por pias ou vasos sanitários, acabam chegando rapidamente ao sistema de esgoto.
As estações de tratamento não foram projetadas para remover todos os tipos de medicamentos ou suas formas químicas. Isso significa que essas substâncias podem alcançar rios, lagos, mananciais e até o ambiente marinho.
Um estudo da Universidade de York, no Reino Unido, identificou fármacos em rios de 104 países, revelando uma crise ambiental global.
Em 258 rios analisados, mais de um quarto apresentava substâncias farmacêuticas ativas, resistentes mesmo aos processos de tratamento mais modernos.
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Errado! Segundo Camila Ahrens, infectologista do Hospital São Marcelino Champagnat, o descarte incorreto também compromete a saúde da população.
A médica alerta ainda para o perigo das superbactérias, criadas quando antibióticos são descartados inadequadamente.
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Pois os resíduos desses medicamentos permitem que micro-organismos se tornem mais resistentes aos tratamentos convencionais.
Mesmo produtos naturais podem conter compostos ativos prejudiciais ao meio ambiente. Segundo Teitge, as plantas medicinais contém alto teor de compostos fenólicos que podem ser tóxicas para micro-organismos, insetos ou organismos aquáticos.
Ele cita exemplos comuns, como o boldo e a erva-cidreira, cujas substâncias podem permanecer no solo e na água, interferindo no equilíbrio dos ecossistemas.
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Falso, de acordo com o farmacêutico Danilo Pinheiro Stahelin, muitas embalagens, especialmente cartelas, frascos de xaropes, pomadas e ampolas, retêm resíduos de medicamentos, mesmo após o uso.
Esses resíduos ainda contêm princípios ativos que contaminam solo e água se forem descartados no lixo comum. O problema é o acúmulo: pequenos volumes em milhões de embalagens geram um impacto significativo.
Além disso, as cartelas combinam alumínio e plástico, dificultando a reciclagem. Frascos de vidro ou plástico também exigem cuidado devido ao risco de ferimentos e contaminação.
Segundo Stahelin, o tempo de vencimento não reduz o risco ambiental. O prazo de validade é para apenas a segurança do uso humano, porém o potencial de contaminação ambiental permanece mesmo.
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A doação de medicamentos só é segura quando realizada por meio de programas oficiais, como farmácias solidárias e unidades de saúde autorizadas.
Fora desses canais, há riscos importantes, como manter dentro da validade e o armazenamento inadequado, por exemplo em locais quentes, úmidos ou expostos à luz.
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A logística reversa de medicamentos é uma responsabilidade compartilhada entre governo, empresas, farmácias e cidadãos. O descarte correto começa em casa.
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