Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 21/10/2025 - Na era digital, passamos boa parte do dia em frente a telas, seja no trabalho, nos estudos ou apenas rolando o feed das redes sociais. Esse hábito constante de “rolar para baixo”, conhecido como downscrolling, tornou-se um comportamento comum e quase automático, mas tem cobrado um preço alto da nossa visão.
Ao portal oficial do Governo Federal, o oftalmologista Napoleão Sousa, do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), explica que, ao passar horas acompanhando o movimento da tela, os olhos realizam movimentos rápidos e repetitivos, exigindo esforço contínuo dos músculos oculares.
Além disso, piscamos menos durante esse tempo, o que reduz a lubrificação natural e provoca irritação e ressecamento, destaca o especialista.
Leia também: Hábitos do dia a dia que colocam a visão em risco
Visão embaçada, olhos secos ou com sensação de areia, dores de cabeça, irritação, vermelhidão e até desconforto no pescoço e nos ombros podem ser sinais de que a visão está sobrecarregada.
Ainda segundo Sousa, a chamada fadiga visual digital atinge pessoas de todas as idades, mas é mais comum entre jovens e adultos que passam muitas horas diante de computadores e smartphones.
As crianças também não estão imunes, especialmente com o aumento do tempo em frente a telas para jogos e aulas on-line. “É preocupante porque os olhos ainda estão em desenvolvimento”, alerta o médico.
Leia também: Dia da Saúde Ocular: data reforça prevenção da cegueira e cuidados com a visão
A boa notícia é que algumas atitudes simples ajudam a prevenir o desconforto:
Uma técnica prática é a regra do 20-20-20: a cada 20 minutos, olhe para algo a 20 pés (aproximadamente 6 metros) por 20 segundos. Essa pausa curta ajuda a relaxar os músculos dos olhos e reduz o cansaço.
Leia também: Vista embaçada e ardência nos olhos? Conheça a síndrome que pode estar por trás disso
Outro vilão da visão moderna é a luz azul emitida por telas de celulares, tablets e computadores. “Ela pode causar irritação e, com o tempo, danificar as células da retina”, explica Sousa.
Além disso, o uso de telas à noite pode afetar a qualidade do sono, pois a luz azul inibe a produção de melatonina, o hormônio que regula o descanso.
Os óculos com filtro de luz azul podem ajudar a reduzir o desconforto, mas não substituem as pausas e os cuidados com o tempo de exposição. “O ideal é evitar telas antes de dormir e manter uma rotina de descanso visual”, reforça o oftalmologista.
Leia também: Além da catarata: doenças silenciosas da retina preocupam especialistas no mês da saúde ocular
Se os sintomas de fadiga visual persistirem, é importante buscar um oftalmologista. Visão dupla, dores frequentes de cabeça, vermelhidão constante e dor ocular podem indicar desde necessidade de correção visual até doenças mais sérias, como glaucoma ou olho seco crônico.
Cuidar dos olhos é essencial para garantir bem-estar e qualidade de vida, especialmente em tempos em que o digital e as telas ocupam tanto espaço no cotidiano.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.
Gostou? Compartilhe