Mercado farmacêutico brasileiro fatura R$ 160,7 bilhões em 2024

São Paulo, 29/08/2025 - Em 2024, o mercado farmacêutico brasileiro alcançou um faturamento de R$ 160,7 bilhões, de acordo com a 8ª edição do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico, divulgada pela secretaria executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O valor representa um crescimento nominal de 12,8% em relação ao ano anterior, com a comercialização de 6,07 bilhões de embalagens, superando em 5,3% o volume de 2023. 

O desempenho foi resultado de 14.185 diferentes tipos de apresentações precificadas, distribuídas em um total de 6.979 nomes comerciais, sendo 226 empresas com vendas registradas. A diversidade terapêutica considera 1.905 princípios ativos isolados ou associados, distribuídos em 509 subclasses terapêuticas.

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A CMED diz que o anuário reafirma seu "compromisso com a transparência" e oferece uma visão abrangente do setor farmacêutico em 2024. Diz ainda que o "documento não interpreta causas ou políticas, mas disponibiliza uma base sólida para análises independentes de pesquisadores, gestores e reguladores".

Os dados foram consolidados em julho de 2025 e contemplam todas as empresas e produtos farmacêuticos regulados pela Anvisa.

Biológicos são campeões de faturamento

Em relação ao faturamento, os produtos biológicos representam o maior crescimento do setor, com aumento de 25,9% em relação à 2023. O preço médio desse tipo de medicamento foi de R$ 489,35.

Em contraste, os medicamentos genéricos apresentaram o menor preço médio (R$ 7,84), mas seguem como principal categoria em termos de quantidade comercializada, com 2,75 bilhões de unidades (crescimento de 11%). Em relação à 2023, essa categoria teve aumento de 3,8% no faturamento

O produtos similares cresceram 5,5% em valor, mas tiveram leve retração em quantidade, em torno de -0,6%. Por outro lado, os medicamentos fitoterápicos apresentaram queda tanto no faturamento (-3,0%) quanto no volume comercializado (-12,4%).

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Sem prescrição 

Ainda de acordo com o relatório, os medicamentos isentos de prescrição médica faturaram R$ 14,1 bilhões, representando 8,12% do faturamento total do mercado. A dipirona permanece líder em faturamento e volume, com mais de 250 milhões de unidades em 2024.

O segundo e terceiro lugares foram ocupados por cloridrato de fenilefrina; maleato de clorfeniramina; paracetamol e ibuprofeno, ambos estáveis em relação ao ano anterior e permanecendo na faixa de 50 milhões a 100 milhões de unidades.

Canal governamental cresceu 24,6%

No que diz respeito aos canais de distribuição, o relatório analisou distribuidores, farmácias e drogarias privadas, estabelecimentos privados de saúde, governo e outros destinatários.

Em 2024, os distribuidores permaneceram como o principal canal de comercialização da indústria farmacêutica, sendo responsáveis por 62% do faturamento total e movimentando R$ 99,9 bilhões, com crescimento nominal de 11,1% em relação a 2023. O volume de apresentações distribuídas por esse canal totalizou 4,5 bilhões de unidades, um aumento de 5,2%.

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O canal governamental registrou o maior crescimento entre 2023 e 2024 proporcional no faturamento (subiu 24,6%) e um expressivo aumento de 14,0% nas unidades comercializadas, atingindo R$ 248 milhões de apresentações vendidas. Já as farmácias e drogarias privadas apresentaram um crescimento consistente de 12,2% em valor e 3,4% em volume, movimentando R$ 24,5 bilhões, o que corresponde a 15,24% do faturamento total.

Os estabelecimentos privados de saúde responderam por 5,18% do faturamento, com desempenho mais discreto: crescimento de 1,8% no valor e 8,6% em volume comparados com o ano anterior, sinalizando estabilidade na demanda institucional privada.

Medicamentos de até R$ 20 representam a 80,86% do total

O anuário mostra que os medicamentos de até R$ 20 representam 80,86% do total comercializado ano passado, o equivalente a 16,8% do faturamento do setor farmacêutico. A maior parcela do faturamento vem de medicamentos na faixa de R$ 50,01 a R$ 250, que representam 6,89% do volume comercializado.

Já medicamentos que custam na faixa de R$ 20.000,01 e R$ 50.000,00 tiveram aumento no faturamento de 4,25% em 2023 para 5,9% em 2024, um salto relativo de 38,8%, embora o volume vendido continue extremamente baixo: 0,0054% do total de produtos. 

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O relatório afirma que "os resultados evidenciam um mercado dual: de um lado, medicamentos de baixo preço, de grande escala e impacto direto sobre o acesso; de outro, produtos de alto custo, geralmente voltados a tratamentos especializados e tecnologias mais complexas, com vendas restritas, mas de grande peso econômico".

Conclui dizendo que "o faturamento e o volume concentram-se majoritariamente em empresas de grande porte e em subclasses terapêuticas classificadas como fortemente concentradas, reforçando a importância do monitoramento contínuo para assegurar um ambiente competitivo e equilibrado" com "preços justos e de forma sustentável".