Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 01/09/2025 - O sal rosa do Himalaia conquistou espaço nas prateleiras de mercados e cozinhas brasileiras. Com sua cor marcante e fama de conter minerais extras, ele costuma ser apresentado como uma opção mais saudável que o sal refinado tradicional. Mas será que essa reputação corresponde à realidade?
Apesar do nome, o produto não é extraído diretamente da cordilheira do Himalaia, mas principalmente da mina de Khewra, no Paquistão, uma das maiores e mais antigas minas de sal do mundo.
Leia também: Sal na brasa? Este é o segredo para o churrasco ser perfeito
Formado há milhões de anos pela evaporação de antigos mares, ele é retirado manualmente e passa por pouco processamento. Segundo o Hospital São Lucas, é esse processo que faz com que mantenha minerais e oligoelementos em sua composição.
É justamente a presença de ferro, entre outros elementos, que dá ao sal sua tonalidade rosada. Estima-se que ele contenha traços de até 84 minerais diferentes.
O sal de cozinha comum passa por um processo de refinamento para eliminar impurezas. Nesse caminho, também recebe aditivos como o iodo, importante para prevenir problemas de tireoide, e substâncias que evitam o empedramento.
Leia também: Cortar o sal faz bem? Descubra os efeitos no corpo e na saúde
Já o sal rosa é considerado mais 'natural', por não ser refinado. Isso significa que preserva minerais, mas também pode carregar compostos sem função nutricional, como gesso e carbonatos.
Do ponto de vista nutricional, no entanto, tanto o sal rosa quanto o sal branco têm algo em comum: ambos são formados majoritariamente por cloreto de sódio.
As promessas em torno do sal rosa são muitas:
Mas até agora, a ciência não encontrou evidências consistentes que comprovem esses efeitos.
Especialistas lembram que parte das funções atribuídas ao sal rosa já fazem parte do papel natural do cloreto de sódio no organismo, ou seja, poderiam ser alcançadas com qualquer tipo de sal.
Leia também: Essas 2 dicas inusitadas de um nutricionista podem ajudar com a pressão alta
Até hoje, não existem estudos comparando diretamente os efeitos do sal rosa e do sal refinado na saúde. Quem deseja evitar os aditivos do sal comum pode optar pelo rosa, mas sem esperar milagres.
O fator que mais pesa na decisão, além da preferência pessoal, é o bolso: o sal rosa costuma custar várias vezes mais que o sal de cozinha tradicional. 500 gramas do sal rosa, pode ser encontrato a partir de R$14,95.
Leia também: Como a IA está revolucionando o combate à hipertensão no Brasil
Independentemente do tipo, o ponto de atenção é a quantidade consumida. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), recomenda o limite de 5 gramas de sal por dia, o equivalente a uma colher de café.
O excesso está diretamente ligado ao risco de hipertensão e doenças cardiovasculares. Por outro lado, dentro da quantidade recomendada, o sal cumpre funções essenciais no organismo.
Leia também: Como controlar a pressão arterial após os 70 anos e evitar complicações
O sal rosa pode ser uma alternativa interessante para variar na cozinha ou evitar aditivos do sal refinado, mas não é mais saudável que o sal comum em termos práticos. A chave para proteger a saúde está menos na cor do sal e mais no cuidado com o excesso.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.