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Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 25/08/2025 - A recente revelação do cantor Júnior, da dupla Sandy & Júnior, sobre o diagnóstico de Síndrome Nefrótica em sua filha de apenas 3 anos trouxe atenção para uma condição rara, mas potencialmente grave.
A doença, que afeta os rins, ocorre quando há eliminação excessiva de proteínas pela urina devido a danos na barreira de filtração renal, estrutura responsável por reter substâncias importantes no sangue e descartar apenas o que o corpo não precisa.
Segundo dados médicos do Instituto de Diabetes e Doenças nos Rins, a Síndrome Nefrótica atinge cerca de 1 a cada 50 mil crianças, sendo uma das principais causas de perda de proteína urinária na infância.
O nefrologista Dr. Filipe Miranda Bernardes, do Grupo São Lucas de Ribeirão Preto, explica que a condição pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum entre 2 e 6 anos nas crianças, geralmente na forma chamada doença de lesões mínimas, que costuma responder bem ao tratamento.
Nos adultos, o quadro pode estar ligado a doenças autoimunes, como lúpus, ou a problemas como diabetes, infecções crônicas, uso de certos medicamentos e até alguns tipos de câncer.
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Os principais sintomas incluem:
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O exame de urina de 24 horas é o principal recurso, com confirmação quando há perda superior a 3,5 g de proteína no período. Exames de sangue também ajudam, revelando baixos níveis de proteína e altos índices de colesterol e triglicerídeos.
Em crianças, muitas vezes o tratamento é iniciado sem biópsia renal, devido à boa resposta aos corticoides. Em adultos, normalmente há investigação mais detalhada, incluindo biópsia para identificar a causa exata e orientar o tratamento.
Sem diagnóstico ou tratamento adequados, a Síndrome Nefrótica pode causar:
O manejo da doença inclui medicamentos diuréticos para controlar o inchaço, dieta com pouco sal, uso de remédios para pressão arterial, como Enalapril ou Losartana, e corticoides em doses altas.
Em casos que não respondem ao tratamento inicial, podem ser necessárias outras medicações imunossupressoras.
Embora não tenha cura definitiva, a Síndrome Nefrótica pode entrar em remissão com o tratamento adequado.
Crianças, como no caso da filha do cantor Júnior, costumam ter recuperação rápida, mas recaídas podem ocorrer ao longo da vida.
O médico alerta para a importância de buscar atendimento assim que surgirem sintomas suspeitos:
“Seguir corretamente o tratamento e manter acompanhamento com um nefrologista faz toda a diferença no prognóstico. Quanto antes a síndrome for identificada, maiores são as chances de evitar complicações graves da Síndrome Nefrótica”, reforça Bernardes.
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