Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 24/11/2025 - A chegada do Dia Nacional do Câncer Infantil, celebrado em 23 de novembro, reacende a necessidade de ampliar a atenção aos sinais de leucemia e garantir que crianças e adolescentes tenham acesso rápido ao tratamento adequado.
Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope) oalerta sobre a detecção precoce continua sendo o principal fator capaz de aumentar a sobrevida e reduzir as sequelas decorrentes da terapia.
Embora o câncer infantil seja menos frequente que o câncer em adultos, sua evolução costuma ser acelerada.
Leia também: IA eleva em 22% a precisão no diagnóstico do câncer de mama, aponta estudo
A leucemia aparece como o tipo mais comum nessa faixa etária, representando aproximadamente 30% dos diagnósticos de câncer em crianças e adolescentes no país, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer.
A forma linfoide aguda, conhecida pela sigla LLA, responde pela maior parte desses casos e tem origem na medula óssea, estrutura responsável pela produção das células sanguíneas.
Leia também: Estudo brasileiro mostra que vitamina D potencializa tratamento contra câncer de mama
Os sinais iniciais da doença podem passar despercebidos ou serem confundidos com enfermidades comuns da infância. Entre os sintomas mais frequentes estão:
Especialistas ressaltam que a falta de melhora após alguns dias é um indicativo para que pais e responsáveis busquem avaliação médica imediata.
Segundo a presidente da Sobope Mariana Michalowski, os sintomas podem ser confundidos com doenças comuns da infância, como infecções e anemias.
Por isso, é essencial que pais e responsáveis fiquem atentos a sinais persistentes, como palidez, fadiga, febre sem causa aparente, manchas roxas, sangramentos, dores ósseas e aumento do abdômen ou das ínguas.
Nos últimos anos, o tratamento da LLA tem evoluído rapidamente e passa por diferentes etapas que se complementam.
Leia também: Quais alimentos aumentam o risco de câncer? Veja o que dizem especialistas
A quimioterapia permanece como a base da terapia, porém técnicas mais modernas, como imunoterapia e terapias-alvo, já fazem parte da rotina de muitos centros brasileiros e ampliam as perspectivas de cura.
Entre as estratégias inovadoras estão os anticorpos monoclonais e a tecnologia CAR T-cell, que utiliza células do próprio paciente para atacar o câncer.
Há também abordagens direcionadas a mutações específicas, a exemplo dos inibidores de tirosina quinase usados em subtipos como o LLA Ph positivo.
Leia também: A substância presente em produtos do dia a dia que pode elevar o risco de câncer
O transplante de medula óssea continua sendo fundamental para pacientes de alto risco ou em recaída. Já a radioterapia, antes mais empregada nas leucemias, vem sendo substituída por alternativas menos agressivas e hoje é utilizada apenas em situações muito específicas.
Além disso, os cuidados de suporte, que incluem controle de sintomas, prevenção de infecções e manejo dos efeitos colaterais, tornaram-se parte indispensável do processo terapêutico.
O cenário brasileiro avança com a ampliação do acesso aos medicamentos essenciais. O Sistema Único de Saúde disponibiliza gratuitamente a maior parte dos remédios usados no tratamento da LLA, garantindo atendimento imediato e contribuindo para resultados cada vez melhores.
Leia também: Leucemia mieloide: entenda os sintomas do câncer de Afonso em Vale Tudo
Esse avanço tem permitido que diversos centros atinjam taxas de cura superiores a 80% patamar semelhante ao observado em países de alta renda.
Para a instituição, a data é um convite para que famílias, profissionais de saúde e gestores reforcem o compromisso com a informação e com a vigilância ativa.
A cada dia de atraso no diagnóstico pode impactar diretamente a resposta ao tratamento, ao mesmo tempo em que intervenções rápidas elevam de forma significativa a chance de cura.
Leia também: 10 exames essenciais para quem tem mais de 50 anos
A mobilização deste 23 de novembro busca ampliar o conhecimento da população sobre os sinais de alerta de leucemia e estimular o fortalecimento das políticas públicas voltadas à oncologia pediátrica.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.
Gostou? Compartilhe
Planos de Saúde