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Por Redação Viva
[email protected]São Paulo, 10/05/2025 - As mulheres tem conquistado espaços importantes em áreas que antes eram completamente dominadas por homens, mas a maternidade ainda se apresenta como grande obstáculo para sua entrada e crescimento profissional no mercado de trabalho. Segundo recente pesquisa da Catho, plataforma gratuita de empregos, 60% das mães consultadas estão fora do mercado de trabalho. Uma nota positiva é que no ano passado esse número era ainda mais alto e caiu 8% em 2025.
Outro ponto de atenção é que entre as mulheres empregadas, segundo a pesquisa, quase 60% estão em cargos de base operacional. Somente 15% exercem funções de gestão ou liderança.
Ao mesmo tempo, é publico e notório que quase metade (49,1%) dos lares brasileiros são liderados por mulheres. A informação é do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado no ano passado. Para Carolina Tzanno, gerente sênior de RH da Redarbor, proprietária da Catho, apesar dos recentes avanços no debate, as mulheres que optam por ter filhos ainda sofrem com estigmas históricos que interferem diretamente suas carreiras.
A discriminação sentida durante as entrevistas na busca por uma colocação é frequentemente mencionada pelas entrevistadas, sendo que 83,7% delas dizem já terem sido questionadas especificamente sobre filhos mais de uma vez por recrutadores.
A desigualdade salarial é outro problema bastante citado pelas entrevistadas. Segundo a pesquisa da Catho, 38% das mães acreditam ou sabem que recebem salários menores do que outros profissionais em cargos semelhantes. E a diferença salarial costuma ser associada à maternidade.
Para dar conta da dupla jornada, em casa e no trabalho, as mães dizem priorizar alguns benefícios na hora de fechar um contrato de emprego. Entre eles os mais mencionados são horários flexíveis (24,1%), plano de saúde para dependentes (22,4%) e modelo de trabalho híbrido (15,1%). Infelizmente, os três itens ainda são exceção no mercado, destaca a pesquisa.
Oferecer melhores condições para esse público, lembra Tzanno, tem o potente efeito de atrair e reter talentos, além de ajudar a promover de forma concreta a equidade de gênero nas empresas e fortalecer a marca empregadora.
A pesquisa ainda destaca a falta de suporte dos empregadores durante a gravidez ou a licença-maternidade, momento extremamente sensível para as mulheres. O medo de serem demitidas levou 50,3% das entrevistas a faltar em um reunião da escola dos filhos ou consultas médicas e 60% a perder eventos importantes na vida dos filhos.
Fator que explica e acentua esse triste cenário, 20% das mães ouvidas pela pesquisa dizem não ter ninguém com quem contar para dividir as responsabilidades e, entre as que possuem alguma rede de apoio, 60% afirmaram ter apenas uma pessoa com quem contar. Ao mesmo tempo, 90% delas consideram fundamental ter uma rede de apoio.
Importantes avanços foram feitos nos últimos anos, conclui o estudo, mas a realidade do mercado de trabalho ainda mostra que há muito a ser feito para atingir a equidade de gênero.
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