5 dicas para criar momentos educativos e divertidos com as criança nas férias

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Mesmo já no fim das férias escolares, é comum surgir o desafio de entreter as crianças em casa - Foto: Envato Elements
Mesmo já no fim das férias escolares, é comum surgir o desafio de entreter as crianças em casa

Por Beatriz Duranzi

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Publicado em 19/07/2025, às 08h00

São Paulo, 18/07/2025 - Mesmo já no fim das férias escolares, é comum surgir o desafio de entreter as crianças em casa, especialmente em uma rotina em que os adultos nem sempre podem se dedicar integralmente ao tempo livre dos filhos.

Mas com pequenas atitudes e um olhar atento às necessidades das crianças, é possível transformar esse período em uma oportunidade rica de aprendizado, conexão e memórias afetivas.

Mais do que preencher o tempo com telas e distrações rápidas, as férias podem ser um momento de reencontro com o cotidiano, com a criatividade e com o prazer das coisas simples.

De acordo com especialistas em educação infantil, atividades como contar histórias, cozinhar juntos ou simplesmente caminhar ao ar livre são mais do que distrações: são verdadeiras experiências de desenvolvimento emocional, social e cognitivo.

Confira abaixo sugestões valiosas que podem ajudar sua família a criar momentos significativos, educativos e, acima de tudo, leves durante o recesso:

1. Brincar junto

Atividades lúdicas em família, como jogos de tabuleiro, quebra-cabeças ou brincadeiras inventadas, não apenas divertem como estimulam o raciocínio lógico, a cooperação e o autocontrole emocional. Jogos como damas, dominó, xadrez ou simples desafios em grupo são excelentes alternativas para manter os pequenos engajados longe das telas.

Além disso, criar histórias em conjunto, encenar pequenos teatros ou inventar personagens baseados em objetos da casa, ou até em formatos de nuvens, são formas de desenvolver linguagem, criatividade e laços afetivos. “São memórias que ficam para a vida inteira”, reforça Monise Nascimento, consultora pedagógica da Mind Lab.

2. Envolver a criança na rotina

Tarefas simples do dia a dia, como lavar frutas, arrumar brinquedos, regar plantas ou ajudar a preparar uma receita, podem ser extremamente significativas para os pequenos. A pedagoga Mariana Ruske, da Senses Montessori School, lembra que “o que é enfadonho para o adulto, é fascinante para a criança, que está descobrindo o mundo”.

Essas pequenas responsabilidades transmitem senso de pertencimento, constroem autoestima e desenvolvem empatia e autonomia. Uma ideia interessante é convidar os filhos a cozinhar uma receita de família, criando não só um momento de aprendizado, mas também de resgate de histórias e tradições.

3. Crie um ambiente de exploração livre

Nem tudo precisa ser programado. Reservar momentos do dia para o brincar livre, sem estímulos prontos ou regras rígidas, favorece o surgimento da criatividade e da autonomia. É nesse tempo de “ócio criativo” que a criança aprende a observar o entorno, experimentar e criar.

Separar um “cantinho da leitura” com livros acessíveis ou materiais da natureza para criações artísticas —como folhas, pedras e galhos— também são formas potentes de estimular o pensamento livre e o repertório sensorial.

4. Reforce os vínculos com histórias da família

Aproveite o tempo juntos para contar histórias da própria família: como surgiu o nome da criança, curiosidades sobre o dia do nascimento, ou momentos marcantes da infância de outros parentes. Se tiver fotos, objetos ou roupas antigas, esses elementos podem ser usados para tornar o relato ainda mais vivo.

Essas conversas não apenas aproximam, mas ajudam a criança a entender sua própria história e desenvolver escuta ativa e empatia. Esse momento pode ser reservado, por exemplo, para o início da noite, quando toda a família estiver reunida.

5. Vá para fora: conexão com a natureza e movimento

Estar ao ar livre faz bem para o corpo, a mente e o humor. Caminhar no bairro, visitar um parque, brincar de amarelinha, queimada ou simplesmente deixar a criança explorar a natureza com liberdade são atividades que equilibram o tempo de tela com movimento e imaginação.

Piqueniques, por exemplo, são uma das atividades favoritas entre as crianças. O contato com o ambiente natural fortalece o senso de pertencimento e responsabilidade com o meio ambiente, além de promover horas de diversão genuína.

E o tempo de tela? 

Embora as telas façam parte da realidade atual, o ideal é que não sejam o foco principal das férias. “Tudo bem recorrer aos eletrônicos de vez em quando, mas é importante que o tempo da criança seja preenchido com experiências reais: se mover, brincar, participar, se entediar, se regular”, destaca Mariana Ruske.

Vale também transformar o uso da tecnologia em momentos de conexão, como ver um filme em família ou ouvir músicas juntos. O segredo está na intencionalidade e no equilíbrio.

O papel dos adultos: mais presença, menos pressão

Nem sempre é possível estar disponível o tempo todo, e tudo bem. A chave está em preparar o ambiente para que a criança possa se desenvolver com autonomia e saber valorizar os momentos juntos. Planejar minimamente o dia, ainda que com flexibilidade, ajuda a reduzir o estresse e traz mais leveza para todos.

“A presença atenta, ainda que breve, é mais significativa do que muitas horas distraídas”, ressalta Monise. As férias não precisam ser repletas de grandes passeios ou eventos. Basta intencionalidade, escuta e uma pitada de criatividade.

As férias podem (e devem) ser um tempo de desaceleração, presença e aprendizado em família. Que tal aproveitar esse período para descobrir, junto com seus filhos e netos, que as experiências mais marcantes muitas vezes estão nas coisas mais simples?

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