Divulgação/Embraer
Por Bianca Bibiano, com informações da Broadcast
redacao@viva.com.brSâo Paulo,02/11/2025 - Um passageiro de 74 anos morreu na manhã de sábado após o voo G3 1878 da Gol Linhas Aéreas, que seguia do aeroporto internacional de São Paulo (GRU) para Recife (REC), realizar um pouso alternado no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (CNF).
Segundo a companhia, a aeronave apresentou uma falha técnica no sistema de refrigeração, o que fez a temperatura dentro da cabine chegar a 32°C. Por segurança, o comandante desviou a rota e realizou o pouso em Confins, onde todos os passageiros desembarcaram. Após desembarcar, ele recebeu atendimento, mas acabou morrendo no local. A causa morte foi interdetermida.
De acordo com a BH Airport, concessionária que administra o aeroporto internacional, o idoso, cujo nome não foi divulgado, passou mal por volta das 10h40, já no portão de embarque, e recebeu atendimento imediato da equipe médica do aeroporto. Apesar das tentativas de reanimação, o óbito foi confirmado às 11h21.
“O passageiro, de 74 anos, que desembarcava de voo da Gol Linhas Aéreas, sofreu um mal súbito por volta das 10h40. A equipe médica do aeroporto chegou ao local imediatamente e realizou manobras de reanimação até as 11h21, quando foi constatado o óbito. A companhia aérea foi informada e está prestando apoio aos familiares”, declarou o aeroporto de Confins, em nota.
Após o ocorrido, o voo seguiu viagem e pousou em Recife às 16h31, segundo o portal Flight Aware. Em nota, a Gol lamentou o ocorrido e informou estar prestando apoio à família da vítima. A empresa afirmou que a decisão de alternar o voo seguiu os protocolos de segurança da companhia.
A elevação súbita de temperatura é um fator de risco constantemente destacado por médicos e especialistas, podendo levar a problemas de saúde que vão de aumento na pressão arterial até Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ataques cardíacos, especialmente em pessoas idosas.
Na última semana, por exemplo, a médica cardiologista Fernanda Weiler, do Hospital Sírio Libanês de Brasília, explicou em entrevista ao Viva que o calor excessivo, assim como situações estressantes, pode causar um aumento momentâneo de pressão arterial, mesmo em pessoas que não têm hipertensão ou que mantêm a doença controlada.
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A nível mais amplo, o aumento da temperatura global também tem sido indicado por sua correlação direta com casos de AVC. De acordo com estudo do periódico internacional The Lancet Neurology, as ondas de calor, por exemplo, têm potencial de aumentar em 72% o risco de morte por essa causa. Nas últimas três décadas, a carga global de derrames relacionados ao calor atingiu 11,9 milhões de casos.
Esse risco é particularmente mais elevado para pessoas acima de 50 anos de idade, segundo o médico patologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Saldiva. “A hipertermia, que é o aumento anormal da temperatura do corpo em dias de calor, é agravada não apenas pela geografia e morfologia das cidades, que geram essas ilhas de calor, mas também pela vulnerabilidade que as pessoas adquirem naturalmente ao envelhecer”, disse em entrevista.
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