Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 05/11/2025 - Um estudo recente alertou sobre o uso contínuo de melatonina, hormônio conhecido por regular o sono. Segundo os dados, o consumo prolongado do suplemento pode estar ligado ao aumento do risco de insuficiência cardíaca e até de morte entre pessoas com insônia.
De acordo com o American Heart Association, durante a pesquisa foi observado mais de 130 mil adultos durante cinco anos. Metade dos participantes utilizou melatonina por pelo menos um ano.
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Ao comparar os grupos, os cientistas observaram que quem usou o hormônio teve uma probabilidade 90% maior de desenvolver insuficiência cardíaca no período avaliado.
Além disso, esse grupo apresentou 3,5 vezes mais chances de internação por problemas cardíacos e quase o dobro do risco de morte por qualquer causa.
Embora os resultados ainda sejam preliminares, os autores destacam que as descobertas desafiam a ideia de que a melatonina é completamente segura.
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Eles ressaltam que mais estudos serão necessários para confirmar a relação direta entre o uso prolongado e os desfechos negativos no coração.
A melatonina é um hormônio naturalmente produzido pela glândula pineal, localizada no centro do cérebro. Sua principal função é avisar o corpo de que a noite chegou e prepará-lo para o repouso.
Quando há escuridão, a produção aumenta, já quando há luz, especialmente a emitida por telas de celulares e televisores, ela diminui.
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Com o avanço da idade, essa produção tende a cair, o que explica o interesse de muitas pessoas em recorrer aos suplementos.
No entanto, os especialistas reforçam que a melatonina sintética, chamada de exógena, deve ser utilizada apenas em situações específicas. Ela costuma ser indicada para pacientes com transtorno do espectro autista, deficiência visual ou distúrbios do ritmo circadiano, quando o relógio biológico está desregulado.
Em casos de insônia comum, o suplemento pode até ajudar a iniciar o sono, mas não é considerado um tratamento eficaz.
No Brasil, a melatonina começou a ser vendida sem prescrição médica em 2021, após autorização da Anvisa. A substância foi classificada como suplemento alimentar, o que aumentou o consumo entre pessoas que buscam melhorar a qualidade do sono.
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Os médicos alertam que o uso sem acompanhamento profissional pode causar efeitos adversos, com, doses elevadas estão associadas a sintomas como:
Especialistas em medicina do sono afirmam que é possível aumentar a produção natural de melatonina adotando hábitos simples. Passar mais tempo exposto à luz solar durante o dia, reduzir o uso de telas à noite e manter o ambiente escuro e tranquilo na hora de dormir são atitudes que ajudam o corpo a regular o sono sem a necessidade de suplementos.
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