Novo remédio contra insônia aprovado no Brasil promete noites de sono mais seguras

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Especialistas brasileiros ressaltam que esse avanço pode preencher uma lacuna importante no tratamento da insônia no país - Foto: Envato Elements
Especialistas brasileiros ressaltam que esse avanço pode preencher uma lacuna importante no tratamento da insônia no país

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
Publicado em 19/09/2025, às 14h05

São Paulo, 19/09/2025 - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente um novo medicamento contra insônia. O lemborexante, comercializado sob o nome Dayvigo, da farmacêutica japonesa Eisai, faz parte de uma classe inovadora de medicamentos e pode representar uma mudança significativa no combate às noites mal dormidas.

Um estudo publicado na revista The Lancet avaliou 36 opções terapêuticas e destacou o lemborexante como a melhor combinação entre eficácia, aceitabilidade e tolerabilidade, resultado de pesquisas conduzidas pela Universidade de Oxford.

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O diferencial da medicação está em sua forma de ação, em vez de deprimir o sistema nervoso central, como ocorre com os benzodiazepínicos e as chamadas drogas Z (caso do zolpidem), o novo remédio bloqueia sinais responsáveis por manter o cérebro em estado de vigília, favorecendo um sono mais natural e com menor risco de dependência.

Especialistas brasileiros ressaltam que esse avanço pode preencher uma lacuna importante no tratamento da insônia no país.

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Embora estratégias não medicamentosas, como higiene do sono, prática de atividades físicas, redução de cafeína e a Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I), sejam a primeira linha de abordagem, milhões de pessoas ainda dependem de comprimidos para conseguir descansar.

Insonia
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A Anvisa recomenda que a dose inicial do lemborexante seja de 5 mg, administrada uma vez por noite, alguns minutos antes de deitar.

É necessário que haja um período mínimo de sete horas até o despertar. Se necessário, a dose pode ser ajustada para 10 mg. O uso, no entanto, é indicado apenas para adultos e deve ser acompanhado por orientação médica.

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Segurança e riscos

De maneira geral, o medicamento foi bem tolerado. Os efeitos adversos mais comuns, com incidência acima de 2%, foram sonolência e fadiga. Em alguns casos, foi observada paralisia do sono, embora rara. Outros pontos de atenção incluem:

  • Interações medicamentosas;
  • O uso é proibido em pacientes diagnosticados com narcolepsia;
  • Não deve ser consumido junto com álcool;
  • Em casos moderados de insuficiência hepática, a dose máxima recomendada é de 5 mg; em casos graves, o uso não é indicado; e
  • Em doses de 10 mg, pode haver impacto no desempenho de direção de veículos pela manhã, variando conforme a sensibilidade individual.

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Segundo o estudo, o lemborexante surge, como uma alternativa promissora, principalmente para pacientes que não respondem bem às terapias tradicionais contra insônia.

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