Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 18/11/2025 - O mês de novembro ganhou um simbolismo especial ao redor do mundo por causa de uma campanha que se tornou referência na promoção da saúde masculina, em relação ao câncer de próstata.
Segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, o Novembro Azul surgiu como um movimento global dedicado à conscientização sobre prevenção, diagnóstico precoce e cuidados com o câncer de próstata, doença que segue entre as mais incidentes e letais para os homens.
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A cor azul foi escolhida por representar o público masculino, assim como o rosa simboliza a luta contra o câncer de mama, fortalecendo uma identidade visual que chama atenção para a importância de cuidar da saúde.
De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer, mais de 71 mil casos novos surgem por ano no Brasil no período de 2023 a 2025.
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Além de ser o tipo de câncer mais frequente entre os homens, quando excluídos os tumores de pele, ele também figura entre os que mais causam mortes.
Somente em 2021, mais de 16 mil brasileiros perderam a vida para a doença, média de 44 óbitos por dia. No cenário mundial, os números também impressionam e reforçam a necessidade de intensificar campanhas educativas.
A campanha foi criada justamente para quebrar silenciosamente uma barreira cultural que ainda impede muitos homens de procurar orientação médica.
O tema mexe com mitos, preconceitos e receios que afastam a população masculina dos serviços de saúde.
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Por isso, o Novembro Azul se tornou um convite para repensar hábitos e para encarar o autocuidado como um ato de coragem, e não de fragilidade.
Grande parte dos diagnósticos ocorrem após os 65 anos, mas a idade não é o único fator que eleva o risco:
Também influenciam no surgimento da doença. Em alguns grupos, como homens negros, a probabilidade de desenvolver o tumor é ainda maior.
O conjunto desses elementos reforça a importância de conhecer os próprios fatores de risco e de discutir possibilidades de acompanhamento com profissionais de saúde.
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A campanha também chama atenção para o poder do diagnóstico precoce. O câncer de próstata costuma evoluir lentamente, podendo passar anos sem provocar sintomas.
Quando sinais aparecem, costumam envolver dificuldade para urinar, jato fraco, sangue na urina, demora para iniciar ou finalizar a micção e aumento da frequência urinária.
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Entretanto, essas manifestações também podem ocorrer por causas benignas, como prostatite ou hiperplasia prostática, o que torna a avaliação médica indispensável.
Entre os exames iniciais mais utilizados estão o PSA, que mede uma proteína produzida pela próstata no sangue, e o toque retal, que permite ao médico avaliar textura e volume da glândula.
Alterações nesses testes podem levar à indicação de uma biópsia, que é o único exame capaz de confirmar o diagnóstico.
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O Ministério da Saúde orienta que homens sem sintomas conversem com um profissional antes de decidir se desejam ou não realizar rastreamento de rotina, já que esse acompanhamento pode trazer benefícios, mas também riscos, como tratamentos desnecessários.
Mesmo diante das controvérsias sobre rastreamento populacional, especialistas reforçam que a prevenção continua sendo o melhor caminho para reduzir a incidência e a mortalidade.
Uma rotina com alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, peso adequado, consumo moderado de álcool e abandono do tabagismo já contribui de maneira significativa para diminuir a possibilidade de desenvolver a doença.
Quando o tumor é descoberto ainda restrito à próstata, as chances de sucesso no tratamento são elevadas.
Cirurgia, radioterapia, terapia hormonal e, em alguns casos, observação vigilante estão entre as opções oferecidas pelo Sistema Único de Saúde.
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Em estágios avançados de câncer de próstata, quando há metástase, as estratégias terapêuticas incluem combinações de radioterapia, hormonioterapia e cuidados paliativos.
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