Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 20/09/2025 - Pesquisadores da Universidade de Rhode Island identificaram que partículas invisíveis de plástico podem acelerar avanço do Alzheimer.
O estudo, publicado na revista Environmental Research, observou que camundongos portadores do gene APOE4, reconhecido como o principal fator de risco genético para a doença, apresentaram alterações de memória, comportamento e sinais de inflamação cerebral após três semanas de exposição a microplásticos de poliestireno.
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A descoberta levanta dúvidas importantes sobre o impacto ambiental na saúde humana. O gene APOE4 está presente em cerca de um quarto da população mundial e aumenta consideravelmente a predisposição ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.
Nos animais analisados, os danos lembraram alterações observadas em pessoas diagnosticadas com Alzheimer.
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Embora ainda não exista comprovação definitiva de que os microplásticos acelerem o avanço da doença em humanos, a pesquisa reforça a necessidade de atenção ao acúmulo dessas partículas no organismo.
Estudos anteriores já haviam apontado que um cérebro humano médio pode conter até 7 gramas de microplásticos, resultado da exposição contínua pela água, pelo ar e pelos alimentos.
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Especialistas em neurologia destacam que a genética, sozinha, não explica todos os casos de Alzheimer. Elementos do ambiente, como poluição e hábitos de vida, podem ter papel decisivo no desenvolvimento da doença.
Se futuras pesquisas confirmarem a influência dos microplásticos nesse processo, novas estratégias de prevenção e até políticas públicas podem ser necessárias para enfrentar o desafio.
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Diante do envelhecimento da população mundial, a prevenção ganha cada vez mais importância. O Alzheimer já figura entre as principais causas de incapacidade em pessoas idosas, e qualquer medida capaz de reduzir o risco pode trazer impacto significativo na saúde coletiva.
Pequenas escolhas no dia a dia podem ajudar a reduzir a exposição, como:
São atitudes simples, mas eficazes. Outro cuidado é evitar embalagens plásticas pretas, que liberam mais substâncias químicas e são de difícil reciclagem.
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Instituições de referência, como o Hospital Sírio-Libanês, têm apoiado pesquisas e programas de prevenção que unem atenção médica de qualidade, responsabilidade social e desenvolvimento científico em parceria com universidades e centros de estudo nacionais e internacionais.
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Apesar de os microplásticos estarem cada vez mais presentes no ambiente, especialistas ressaltam que mudanças de hábito podem colaborar para diminuir os riscos a longo prazo, especialmente para casos de Alzheimer.
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