São Paulo, 18/10/2025 – Mesmo com toda a discussão sobre o tema na mídia, um recente levantamento da Ipsos realizado a pedido da Bayer revelou que 44% das brasileiras que apresentam sintomas da menopausa ainda os minimizam com frequência e não buscam nenhum tipo de tratamento. Isso mesmo diante do impacto físico e emocional que envolve essa fase. Segundo a pesquisa, metade das mulheres ouvidas declarou também que seus sintomas de saúde já foram tratados como “exagero” ou “algo normal”. Essa avaliação cresce para 65% entre as mulheres em pré-menopausa.
No
dia mundial da menopausa, celebrado neste sábado (18), esses números deixam claro que apesar de atingir cerca de
30 milhões de mulheres no Brasil, a questão ainda é negligenciada pela sociedade. Estabelecida em 2009 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Sociedade Internacional da Menopausa, a data tem por objetivo aumentar a conscientização sobre o assunto e como gerenciar os sintomas.
De acordo com a ginecologista Ilza Monteiro, que também é professora na Unicamp, a naturalização do sofrimento feminino é um problema histórico. "A mulher é ensinada a suportar suas dores, não a tratá-las, e isso pode ter consequências graves na saúde física e mental”, alerta a médica.
A pesquisa constatou também as desigualdades existentes no acesso ao tratamento. No Sistema Único de Saúde (SUS), a maior dificuldade relatada pelas mulheres está na demora para conseguir consulta com especialistas. Entre as usuárias de plano de saúde a principal reclamação é a burocracia ou falta de cobertura.
Falta de informação
Uma em cada cinco mulheres (19%) mencionam a falta de informação sobre a menopausa e suas opções terapêuticas como um obstáculo.
"Temos um cenário no qual as mulheres enfrentam tabus e, consequentemente, não conhecem os sintomas, as opções de tratamento e o caminho para encarar essa fase com saúde e qualidade de vida”, lamenta a médica.
No levantamento foram ouvidas 800 mulheres de 18 a 60 anos de todas as regiões e classes sociais.
Reposição Hormonal
Apontado como o tratamento mais indicado por grande parte dos ginecologistas e endocrinologistas, a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é uma das alternativas mais eficazes para reduzir os sintomas desse período.
Segundo dados da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), no Brasil cerca de 30 milhões de mulheres estão em climatério e menopausa, sendo aproximadamente 9,2 milhões na menopausa propriamente dita, considerando mulheres entre 50 e 65 anos.
Não se trata de uma doença, afirma Karoline Fiorotti, professora de geriatria da Afya Educação Médica, mas uma transição fisiológica para uma fase da vida que pode ser muito produtiva e prazerosa.
"O próprio processo de envelhecimento aumenta o risco de doenças crônicas, como diabetes, dislipidemia e síndrome metabólica".
A receita básica para manter o bem-estar e qualidade de vida na menopausa, reforçam os médicos, está em cuidar da saúde física, mental e emocional.