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Sintomas da menopausa são ignorados por 44% das brasileiras, revela pesquisa

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Falta de informação sobre menopausa é mencionada por uma em cada cinco mulheres como um obstáculo - Envato
Falta de informação sobre menopausa é mencionada por uma em cada cinco mulheres como um obstáculo
Fabiana Holtz
Por Fabiana Holtz fabiana.holtz@viva.com.br

Publicado em 18/10/2025, às 09h00

São Paulo, 18/10/2025 – Mesmo com toda a discussão sobre o tema na mídia, um recente levantamento da Ipsos realizado a pedido da Bayer revelou que 44% das brasileiras que apresentam sintomas da menopausa ainda os minimizam com frequência e não buscam nenhum tipo de tratamento. Isso mesmo diante do impacto físico e emocional que envolve essa fase. Segundo a pesquisa, metade das mulheres ouvidas declarou também que seus sintomas de saúde já foram tratados como “exagero” ou “algo normal”. Essa avaliação cresce para 65% entre as mulheres em pré-menopausa. 
No dia mundial da menopausa, celebrado neste sábado (18), esses números deixam claro que apesar de atingir cerca de 30 milhões de mulheres no Brasil, a questão ainda é negligenciada pela sociedade. Estabelecida em 2009 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Sociedade Internacional da Menopausa, a data tem por objetivo aumentar a conscientização sobre o assunto e como gerenciar os sintomas.
Leia também: Especialistas comentam 7 mitos e fatos sobre a menopausa
De acordo com a ginecologista Ilza Monteiro, que também é professora na Unicamp, a naturalização do sofrimento feminino é um problema histórico. "A mulher é ensinada a suportar suas dores, não a tratá-las, e isso pode ter consequências graves na saúde física e mental”, alerta a médica.
A pesquisa constatou também as desigualdades existentes no acesso ao tratamento. No Sistema Único de Saúde (SUS), a maior dificuldade relatada pelas mulheres está na demora para conseguir consulta com especialistas. Entre as usuárias de plano de saúde a principal reclamação é a burocracia ou falta de cobertura. 

Falta de informação

Uma em cada cinco mulheres (19%) mencionam a falta de informação sobre a menopausa e suas opções terapêuticas como um obstáculo. 
"Temos um cenário no qual as mulheres enfrentam tabus e, consequentemente, não conhecem os sintomas, as opções de tratamento e o caminho para encarar essa fase com saúde e qualidade de vida”, lamenta a médica.
No levantamento foram ouvidas 800 mulheres de 18 a 60 anos de todas as regiões e classes sociais.

Reposição Hormonal

Apontado como o tratamento mais indicado por grande parte dos ginecologistas e endocrinologistas, a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é uma das alternativas mais eficazes para reduzir os sintomas desse período.  
Segundo dados da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), no Brasil cerca de 30 milhões de mulheres estão em climatério e menopausa, sendo aproximadamente 9,2 milhões na menopausa propriamente dita, considerando mulheres entre 50 e 65 anos.
Não se trata de uma doença, afirma Karoline Fiorotti, professora de geriatria da Afya Educação Médica, mas uma transição fisiológica para uma fase da vida que pode ser muito produtiva e prazerosa.
A especialista reforça que esse momento deve ser encarado como um ponto de virada na saúde feminina e uma oportunidade para revisar hábitos, prevenir doenças crônicas e cuidar da saúde óssea, cardiovascular e mental. “Antes, a proteção hormonal natural oferecia uma certa ‘vantagem’ cardiovascular e óssea, e agora é o momento de agir de forma consciente para manter essa proteção", recomenda Karoline. 
"O próprio processo de envelhecimento aumenta o risco de doenças crônicas, como diabetes, dislipidemia e síndrome metabólica". 
A receita básica para manter o bem-estar e qualidade de vida na menopausa, reforçam os médicos, está em cuidar da saúde física, mental e emocional.
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