Como aproveitar de forma inteligente a chegada do décimo terceiro na conta

Falta de planejamento pode transformar o momento, que poderia ser de alívio, em novas dores de cabeça - Adobe Stock — Falta de planejamento pode transformar o momento, que poderia ser de alívio, em novas dores de cabeça

Por Fabiana Holtz fabiana.holtz@viva.com.br

Publicado em 20/10/2025, às 08h21 - Atualizado às 09h48

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São Paulo, 20/10/2025 – Final do ano se aproximando e muitos já começam a fazer planos para a chegada do décimo terceiro. Mas como fazer para segurar os impulsos de consumo e usar essa entrada extra de recursos de forma inteligente e que ainda traga um alívio financeiro?

Saber qual é o seu custo mensal, se existem dívidas que podem ser quitadas ou até algum pagamento que ao ser antecipado vai render um bom desconto. Essas são algumas das atitudes que podem transformar o último trimestre do ano em um momento bastante produtivo para sua vida financeira.

Quando cai a primeira parcela do 13º salário?

A primeira parcela já deve cair na conta dos brasileiros que têm um contrato de trabalho regido pela CLT até 30 de novembro.

Seguindo as recomendações básicas de planejamento financeiro, o momento é de reservar uma parte desse dinheiro para o lazer ou até a realização daquele sonho que vem sendo acalentado há alguns meses.

Acompanhe a seguir algumas dicas de especialistas ouvidos pelo Viva para aproveitar bem essa reserva extra e conquistar um pouco mais de tranquilidade financeira.

Defina prioridades e pague dívidas

Criar uma lista de prioridades e necessidades, observa Ricardo Teixeira, professor de MBAs de Gestão Financeira da FGV, é um bom começo. “O ideal é poupar metade, se for possível, e destinar a outra parte do 13º para antecipação de pagamentos, o que abre caminho para boas renegociações”, aconselha.

[Colocar ALT] — Poupar é primeiro passo nesse período do ano, diz o professor Ricardo Teixiera. Foto: Arquivo Pessoal

Cilene Ribeiro Cardoso, professora de gestão e negócios da Universidade São Judas, concorda que esse é um período em que muitos brasileiros tradicionalmente se preparam para quitar dívidas.

A economia que é possível obter com a renegociação pode significar um ano seguinte mais tranquilo e até um começo para a formação de reservas, comenta a especialista.

Se você está enrolado em dívidas, dedique um tempo para a criação de uma tabela com os compromissos pendentes, juros, multas e prazos para renegociar com as instituições financeiras.

“Em muitos casos essas dívidas envolvem juros elevados. Sentar para renegociar é um momento importante e exige calma", aconselha Cardoso.

A professora Cilene Cardoso destaca que tentar uma renegociação com bancos é recomendável, principalmente quando se trata de gastos no cartão de crédito.

“Essas dívidas em cartão de crédito são as que têm os juros mais elevados. Em média, estamos falando de uma taxa Selic de 15% ao ano e os juros do cartão de crédito ultrapassam 300% ao ano”, destaca.

Aqui é o momento em que se faz necessário olhar a planilha de gastos e fazer as contas para ver qual valor se encaixa nos gastos dos próximos meses.

Nessa hora, vale ter alguém próximo que ajude a calcular quanto de abatimento você deve pedir ao antecipar pagamentos. "Não é apenas aceitar uma redução oferecida e sim checar se o juro foi realmente excluído da conta”, afirma o professor.

Antecipe pagamentos

Segundo Teixeira, caso você tenha o valor disponível na conta, antecipar pagamentos sempre compensa. Atenção aqui: é preciso fazer os cálculos para ver se a antecipação compensa.

Outro ponto é conversar sobre a situação financeira com a família. Além de ter uma atitude saudável, reforçam os especialistas, falar abertamente sobre dinheiro em casa tem um potencial de ajudar na busca por uma solução mais adequada.

Controle os impulsos

Teixeira ressalta que esse período do 13º vem perto de férias e recesso de fim de ano, um momento de descompressão para muitas famílias. “Dá vontade de fazer muita coisa que foi adiada ao longo dos últimos meses, mas o ideal é controlar os impulsos. Sente-se e reflita se cabe no orçamento”, recomenda.

No último trimestre do ano, em outubro, tem o Dia das Crianças, em novembro a Black Friday e em dezembro toda a movimentação das festas, reunião com amigos, pessoal do trabalho, encontros de final ano. “Sem planejamento, essa renda extra pode acabar se transformando rapidamente em mais endividamento”, alerta Cilene Cardoso.

O conselho de ambos para não se perder é fazer muita pesquisa de preço, sempre com seu orçamento em mãos, e negociar descontos no caso de pagamento à vista.

De olho na planilha e em 2026

E não podemos esquecer que com a virada de ano é preciso se preparar para as despesas que chegam com 2026. Os especialistas em educação financeira lembram que além dos gastos extras com férias, festas e presentes nessa época do ano, janeiro chega com o retorno das aulas na agenda e o pagamento de impostos como IPVA e IPTU.

Recomendação importante: reserve uma parte do décimo terceiro para pagar essas despesas.

Ter o planejamento detalhado na palma da mão é uma arma valiosa, recomenda Teixeira. “Antes de fechar qualquer negócio, olhe os números e faça as contas para ver o quanto isso vai comprometer seu orçamento futuro. Não adianta, por exemplo, querer resolver o problema pela metade na hora de negociar antecipações de pagamentos. Se mal calculado, esse passo pode resultar em mais endividamento adiante”, aconselha.

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