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Biquíni molhado faz mal? Veja doença mais comum causada por hábito

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Roupas molhadas ou muito apertadas criam o ambiente ideal para a proliferação de fungos - Envato
Roupas molhadas ou muito apertadas criam o ambiente ideal para a proliferação de fungos

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
22/12/2025 | 17h02

São Paulo, 22/12/2025 - Permanecer com biquíni ou roupa de banho molhada após piscina, ou mar, prática comum no verão brasileiro, pode favorecer irritações na pele e infecções íntimas, especialmente a candidíase.

O problema ocorre porque a umidade prolongada compromete a barreira natural de defesa da pele e cria um ambiente ideal para a proliferação de fungos, sobretudo em regiões quentes e pouco ventiladas.

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A candidíase é uma infecção causada por fungos do gênero Candida, principalmente a Candida albicans. Esses microrganismos vivem naturalmente no corpo, mas podem se multiplicar de forma exagerada quando encontram condições favoráveis, como calor, umidade e baixa ventilação, segundo estudo publicado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), do governo norte-americano.

Roupas molhadas ou muito apertadas criam exatamente esse cenário, sobretudo na região genital. Por isso, ficar com biquíni molhado por longos períodos aumenta o risco de candidíase vaginal e também de candidíase cutânea, que pode surgir em virilhas, axilas e outras dobras da pele.

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Sintomas mais comuns

Na candidíase vaginal, os sinais mais frequentes incluem:

  • Coceira intensa;
  • Ardor;
  • Vermelhidão;
  • Inchaço; e
  • Dor.

O corrimento costuma ser branco, espesso e com aspecto grumoso e pode haver desconforto ao urinar e dor durante a relação sexual.

Na pele, a candidíase se manifesta com placas avermelhadas, coceira e sensação de queimação, especialmente em áreas abafadas e úmidas.

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Os sintomas não são exclusivos da candidíase, o que torna a avaliação médica fundamental para um diagnóstico correto.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico é clínico e pode ser confirmado por exames laboratoriais. Em casos de candidíase vaginal, o exame microscópico do corrimento, feito com solução salina ou hidróxido de potássio, permite visualizar leveduras e estruturas do fungo.

Vale destacar que a presença do fungo sem sintomas não exige tratamento, já que muitas pessoas convivem com a Candida sem desenvolver a doença.

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Tratamento e cuidados importantes

A candidíase não complicada costuma responder bem a tratamentos tópicos de curta duração, com antifúngicos à base de azóis. A maioria das pacientes apresenta alívio dos sintomas e negativação dos exames após completar a terapia.

O uso indiscriminado de medicamentos de venda livre não é recomendado. Quando os sintomas persistem ou retornam em pouco tempo, é essencial procurar avaliação médica para descartar outras causas de vaginite.

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Não há evidências consistentes que comprovem a eficácia de probióticos ou tratamentos homeopáticos para candidíase.

Qualquer sintoma persistente de coceira, ardor, dor ou corrimento deve ser avaliado por um profissional de saúde, o ginecologista é o especialista indicado para candidíase vaginal. Dermatologistas avaliam infecções cutâneas e urologistas cuidam dos casos masculinos.

Tipos de candidíase

Muitas pessoas não sabem, mas a doença não afeta apenas mulheres, ela está presente em homens também. Outra curiosidade, segundo o Instituto Vencer o Câncer, é que existem 8 tipos de candidíase além da vaginal, confira quais:  

Candidíase no pênis

A candidíase no pênis, também chamada de candidíase masculina, manifesta-se com manchas avermelhadas ou esbranquiçadas, coceira, ressecamento da pele, inchaço leve e desconforto na glande.

É mais frequente em pessoas com diabetes descompensado ou hábitos inadequados de higiene íntima. A infecção não é classificada como IST, mas pode causar incômodo significativo se não for tratada corretamente.

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Candidíase oral

A candidíase oral surge como placas brancas na língua, nas bochechas e, em alguns casos, na garganta. É mais comum em bebês, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido.

Baixa imunidade, uso prolongado de antibióticos ou corticoides e má nutrição estão entre os principais fatores de risco. O tratamento pode ser feito com antifúngicos tópicos ou por via oral, conforme a gravidade.

Candidíase cutânea

A candidíase cutânea afeta regiões da pele que permanecem quentes e úmidas, como axilas, virilhas, dobras do pescoço e abaixo das mamas.

Os sintomas incluem vermelhidão, coceira, ardor e pequenas lesões. Pessoas com obesidade, diabetes ou que usam roupas apertadas com frequência têm maior risco. Manter a pele seca e bem ventilada é fundamental para prevenir a infecção.

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Candidíase de repetição

A candidíase de repetição é caracterizada pela ocorrência de quatro ou mais episódios ao longo de um ano. Geralmente está associada a alterações hormonais, problemas de imunidade ou uso frequente de antibióticos.

Nesses casos, é importante investigar causas subjacentes e adotar um tratamento mais prolongado e direcionado, sempre com acompanhamento médico.

Candidíase disseminada

A candidíase disseminada é uma forma rara e grave da doença, o fungo atinge a corrente sanguínea e pode comprometer órgãos internos, como rins, coração e cérebro.

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O quadro ocorre principalmente em pessoas com imunossupressão severa ou após o uso prolongado de antibióticos de amplo espectro. O tratamento exige internação hospitalar e antifúngicos administrados por via intravenosa.

Candidíase na gravidez

Durante a gravidez, as alterações hormonais e na flora vaginal aumentam o risco de candidíase. Os sintomas são semelhantes aos da candidíase vaginal, com coceira e corrimento branco.

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O tratamento deve ser feito com cuidado e sempre sob orientação médica, para garantir a segurança da gestante e do bebê.

Candidíase mamária

A candidíase mamária afeta principalmente mulheres que estão amamentando, provoca dor intensa nos mamilos, vermelhidão, ardor e fissuras, que podem persistir mesmo após a mamada.

O fungo pode ser transmitido entre mãe e bebê durante a amamentação, sendo necessário tratar ambos para evitar reinfecção.

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Candidíase intestinal

A candidíase intestinal ocorre quando há crescimento excessivo do fungo Candida no trato gastrointestinal. Os sintomas incluem gases, distensão abdominal e alterações do funcionamento intestinal.

Uso prolongado de antibióticos, baixa imunidade e desequilíbrios na flora intestinal estão entre os fatores associados, o tratamento envolve orientação médica, ajuste alimentar e, em alguns casos, uso de antifúngicos.

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Um hábito aparentemente inofensivo, como ficar de biquíni molhado, pode ser o ponto de partida para um problema que afeta diretamente o conforto e a qualidade de vida.

Palavras-chave biquíni candidíase molhado

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