Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 27/07/2025 - A partir de janeiro de 2026, pessoas diagnosticadas com fibromialgia passarão a ser reconhecidas como pessoas com deficiência (PcD) no Brasil. A mudança está prevista na Lei nº 15.176, sancionada em 2025 e publicada no Diário Oficial da União.
Com isso, pacientes terão acesso a políticas públicas específicas, como cotas em concursos e isenção de impostos na compra de veículos.
Leia também: Estudo alerta para doenças associadas à perda de força após os 50 anos
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor crônica generalizada, especialmente na musculatura, associada a sintomas como fadiga intensa, sono não reparador, alterações de memória e atenção, além de quadros de ansiedade e depressão.
Apesar de não haver exames laboratoriais que confirmem o diagnóstico, a doença é clinicamente reconhecida e pode ser identificada a partir de uma avaliação médica detalhada.
Segundo especialistas, entender seus sintomas e buscar diagnóstico precoce são passos essenciais para o tratamento adequado, que pode incluir medicamentos, fisioterapia, psicoterapia, atividade física regular e mudanças no estilo de vida.
A principal característica da fibromialgia é a dor crônica, sentida de forma espalhada e persistente. A pessoa pode ter dificuldade de identificar onde começou e sente que “dói tudo”. A dor costuma ser mais intensa no fim do dia, mas também pode ocorrer pela manhã.
O cansaço constante é um dos sintomas mais incapacitantes. Mesmo após horas de descanso, a sensação é de esgotamento físico e mental, o que interfere diretamente na produtividade e na rotina.
Quase 95% dos pacientes com fibromialgia dormem mal. O sono é superficial, interrompido e não traz descanso. Muitos relatam acordar mais cansados do que quando se deitaram.
Leia também: Sono constante ao longo do dia? Essas 4 dicas podem melhorar sua energia
Conhecido popularmente como "fibrofog" ou "névoa da fibromialgia", esse sintoma inclui lapsos de memória, dificuldade de concentração e sensação de confusão mental.
Pessoas com fibromialgia costumam sentir dor mesmo com toques leves, como abraços ou pressão com os dedos. Essa sensibilidade também pode ser desencadeada por barulhos, cheiros ou luz intensa.
Cerca de 50% dos pacientes com fibromialgia apresentam sintomas de depressão ou ansiedade. Essas condições não causam a síndrome, mas agravam o quadro de dor e comprometem ainda mais a qualidade de vida.
Leia também: 5 alimentos que podem melhorar sua saúde mental
Mais da metade dos pacientes também apresentam sintomas intestinais, como cólicas, gases, diarreia ou prisão de ventre, associados à dor abdominal.
Apesar de não haver inflamação, muitos relatam uma sensação de inchaço e rigidez, especialmente nas mãos e nos pés. Isso ocorre devido à contração muscular causada pela dor.
Desconforto nas pernas, com necessidade de movimentá-las ao deitar, é comum em pessoas com fibromialgia e compromete ainda mais o sono.
Muitos pacientes também relatam crises de enxaqueca ou dores de cabeça tensionais, que pioram com o estresse, a privação de sono ou estímulos sensoriais intensos.
Leia também: Dor de cabeça que não passa? O problema pode estar na sua boca
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.