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O tempo passava mais devagar quando você era jovem? Pesquisadores apontam motivo

Foto: Envato Elements

Metodologia ajudou a observar de forma detalhada a diferença de percepção entre jovens e adultos mais velhos - Foto: Envato Elements
Metodologia ajudou a observar de forma detalhada a diferença de percepção entre jovens e adultos mais velhos

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
Publicado em 02/11/2025, às 09h38

São Paulo, 02/11/2025 - Você sente que, quando era mais jovem, o tempo passava mais devagar? Pois saiba que um novo estudo internacional pode ter encontrado a razão para isso.

Pesquisadores das universidades de Birmingham (Reino Unido), Radboud (Países Baixos) e Brock (Canadá) descobriram que o cérebro humano processa memórias e eventos de forma diferente à medida que envelhece, o que muda a forma como percebemos a passagem do tempo.

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A investigação, publicada na revista Communications Biology, contou com a participação de 577 pessoas com idades entre 18 e 88 anos. Os voluntários assistiram a um trecho de oito minutos do curta "Bang! Você está morto" (Bang! You’re Dead, no título em inglês), de Alfred Hitchcock, conhecido por suas cenas de suspense e tensão.

Enquanto acompanhavam o filme, os cientistas registraram a atividade cerebral dos participantes por meio de ressonância magnética funcional e eletroencefalograma.

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Sensação de o tempo voar  

Para entender o funcionamento do cérebro em diferentes fases da vida, os pesquisadores analisaram os resultados com o auxílio do algoritmo Greedy State Boundary Search (GSBS), capaz de identificar transições entre padrões de atividade cerebral.

O que chamou a atenção foi que os cérebros mais velhos apresentavam menos trocas de estados neurais dentro de um mesmo período, o que indica uma frequência menor de registros de novos eventos.

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De acordo com os cientistas, essa redução na alternância de estados cerebrais faz com que o cérebro registre menos acontecimentos em determinado intervalo de tempo, o que dá a impressão de que o tempo passa mais rápido.

Em resumo, quanto menos eventos são processados, mais curta parece ser a experiência daquele período. Durante o experimento, o uso de um filme de suspense teve um papel importante. As cenas intensas tendem a provocar reações semelhantes nas pessoas, o que permitiu aos pesquisadores comparar com precisão como cada faixa etária processa emoções e mudanças visuais.

Essa metodologia ajudou a observar de forma detalhada a diferença de percepção entre jovens e adultos mais velhos.

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Os resultados também sugerem que há uma relação direta entre a capacidade do cérebro de identificar mudanças e a qualidade da memória. Quando o cérebro detecta mais transições entre cenas ou situações, ele tende a armazenar melhor as lembranças.

Tempo
Foto: Envato Elements

Por isso, os cientistas acreditam que estimular a percepção de mudanças pode ajudar a tornar os estados neurais mais distintos e, consequentemente, melhorar a memória em pessoas idosas.

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Com base nessas descobertas sobre o tempo, a equipe pretende desenvolver novas terapias voltadas para o fortalecimento da memória de adultos mais velhos, especialmente aqueles que já apresentam os primeiros sinais de demência.

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