Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 07/09/2025 - A popularização das chamadas de vídeo trouxe mais praticidade para a rotina, aproximando pessoas em momentos pessoais e profissionais. Mas, junto com os benefícios, também surgiram riscos: criminosos têm explorado esse recurso para aplicar o chamado golpe da chamada de vídeo, que já fez vítimas em diversas partes do país.
A estratégia dos golpistas é simples: ao atender uma ligação de vídeo de um número desconhecido, a vítima se expõe sem perceber.
Os fraudadores gravam a conversa ou capturam trechos da tela e utilizam essas imagens em golpes virtuais.
Em alguns casos, o material serve para falsificar documentos, enganar sistemas de reconhecimento facial ou até mesmo para aplicar chantagens.
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A captura da imagem pode ocorrer de diferentes formas: pela gravação automática do aplicativo de chamadas, por softwares instalados no dispositivo ou até por outro aparelho filmando a tela.
A partir desses registros, os criminosos conseguem fazer recortes de trechos do vídeo e manipular as imagens com apoio de ferramentas digitais, muitas vezes impulsionadas por inteligência artificial.
Esse material pode ser usado para criar credenciais falsas, acessar contas protegidas por biometria facial ou até fraudar contratações digitais. Em sistemas mais simples, até uma foto impressa ou exibida na tela de um celular pode enganar a autenticação.
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A imagem da vítima costuma ser apenas o ponto de partida. Combinando esse registro a informações coletadas em redes sociais ou bancos de dados vazados, os golpistas conseguem montar dossiês detalhados e usá-los em diferentes fraudes, como abertura de contas falsas, pedidos de empréstimo e compras online.
Felizmente, a tecnologia também está evoluindo para combater esse tipo de crime. Sistemas mais avançados de biometria facial não dependem apenas da foto ou do vídeo do rosto, mas analisam pontos biométricos únicos de cada pessoa, reduzindo as chances de fraude.
Outro recurso que fortaleceu a segurança foi a adoção da prova de vida digital (liveness), que exige a interação em tempo real do usuário, impedindo que fotos impressas ou vídeos gravados sejam usados para enganar o sistema.
Além disso, empresas são obrigadas a seguir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo mais camadas de segurança no processo de autenticação.
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Além das barreiras tecnológicas, a prevenção também depende de cuidados individuais. Para garantir a sua segurança:
O golpe da chamada de vídeo mostra que até ferramentas criadas para aproximar pessoas podem ser usadas de forma maliciosa. Por isso, manter-se informado e adotar hábitos de segurança digital é fundamental para não se tornar a próxima vítima.
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