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Básico bem-feito: ginecologista indica cuidados para menopausa saudável

Divulgação/@wallacediasfotografia

Médico ginecologista André Vinícius oferece recomendações universais para atravessar o climatério e a menopausa com bem-estar - Divulgação/@wallacediasfotografia
Médico ginecologista André Vinícius oferece recomendações universais para atravessar o climatério e a menopausa com bem-estar
Bianca Bibiano
Por Bianca Bibiano bianca.bibiano@viva.com.br

Publicado em 24/11/2025, às 15h59

São Paulo, 24/11/2025 - Cada mulher vivencia a menopausa a seu modo, algumas com mais outras com menos sintomas, mas todas se beneficiam de uma abordagem de cuidados baseados em pilares universais de bem-estar. É o que defende o ginecologista André Vinícius, especialista em saúde feminina.
Durante entrevista ao VIVA para falar sobre seu novo livro, escrito em parceria com a apresentadora Adriane Galisteu, ele explicou o que considera o "básico bem-feito" para viver o climatério e a menopausa com menos impactos negativos. 
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Massa muscular: o primeiro pilar da saúde na menopausa

Segundo André Vinícius, construir massa muscular desde a infância e adolescência - e manter esse esforço na vida adulta - é uma das bases para enfrentar essa fase com mais qualidade de vida.
O ginecologista lembra que o músculo funciona como um órgão endócrino, capaz de produzir hormônios e substâncias anti-inflamatórias. "Isso é relevante porque a menopausa é uma condição pró-inflamatória: a queda hormonal gera um alerta no organismo e aumenta a inflamação."
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Quanto maior a massa muscular, menores os riscos de declínio cognitivo, demência ou Alzheimer, pondera o médico, destacando ainda que a massa muscular inibe a tendência ao acúmulo de gordura, comum no climatério devido à desaceleração metabólica. "Nessa fase, muitas pacientes relatam que comem uma salada e parece que saíram de um rodízio de pizza, e é algo que acontece com frequência", exemplifica.
Ele destaca que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que mulheres que ainda não estão na menopausa façam ao menos 150 minutos semanais de atividade física com foco em força e resistência, usando cargas altas e poucas repetições, "sempre dentro do limite seguro para cada pessoa". Após a menopausa, a indicação é ampliar esse tempo, dando ainda mais ênfase ao desenvolvimento muscular.
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Alimentação: menos ultraprocessados, mais comida real

Outro ponto do "básico bem-feito" é a alimentação. Nesse sentido, André Vinícius reforça uma regra simples: desembalar menos e descascar mais.
Ou seja, priorizar alimentos naturais e reduzir o consumo de:
  • ultraprocessados
  • embutidos
  • enlatados
  • itens ricos em açúcar
  • refrigerantes
  • bebidas alcoólicas
Ele indica também evitar o cigarro, incluindo vapes, e cita o exemplo de Adriane Galisteu, que abandonou o tabagismo e manteve rotina de exercícios, o que ajudou a preservar a massa muscular. Mesmo assim, quando o procurou, ele relembra que a apresentadora estava acima do peso habitual, apesar de correr 10 quilômetros por dia e manter a alimentação equilibrada. "Para ela, a menopausa trouxe resultados diferentes da década anterior", explica.
Além dos exercícios, o médico recomenda para a preservação muscular o consumo adequado de proteína por dia, que depende do peso de cada pessoa.

Sono é peça-chave 

Dormir bem também é fundamental, observa o médico, citando que estudos recentes reforçam o papel do sono profundo na produção hormonal, na cognição e na saúde geral.
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"Um trabalho da OMS, por exemplo, mostra que a privação de sono por mais de quatro horas já é classificada como carcinogênica. Ou seja, dormir menos do que isso aumenta o risco relativo de câncer", observa.

Estresse: controlar para sobreviver ao climatério

O médico lembra também que técnicas simples podem ajudar a controlar picos de estresse no dia a dia:
  • exercícios de respiração
  • mindfulness
  • alongamentos
  • reduzir luz azul ao final do dia
  • evitar ler conteúdo negativo, especialmente antes de dormir
Essas estratégias, diz ele, têm impacto significativo no médio e longo prazo - e não exigem grandes investimentos.

Além da reposição hormonal

André Vinícius reforça que o tratamento para sintomas da menopausa não se resume apenas à terapia hormonal. "O primeiro passo é diagnosticar se os sintomas têm origem realmente na deficiência hormonal, já que muitos sinais podem surgir por outros motivos", observa.
Um exemplo comum é a alteração na fibra do cabelo, que pode ficar mais fino, quebradiço e sem brilho. Embora seja típico da menopausa, também ocorre no hipotireoidismo e em condições genéticas do couro cabeludo.
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"É importante que a gente faça o diagnóstico de que essas alterações são devido às deficiências hormonais e excluir outras condições que também podem justificar", explica. Para isso, o médico recomenda avalia, dentre outros, os níveis de:
  • estradiol
  • hormônios da tireoide
  • vitamina B12
  • ferro
  • selênio
Grande parte desses diagnósticos são de exclusão. O objetivo é confirmar se é o sintoma apresentado é de fato da menopausa e excluir outras causas."

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